11 ago Mais que alimento, amor ao próximo faz grande diferença no Cotolengo de Dom Orione.
Mais que alimento, amor ao próximo faz grande diferença!
Mais que o alimento, a contribuição financeira e o remédio doados, eles apreciam carinho, dedicação, paciência e amor ao próximo. Olhos e sorrisos se abrem quando percebem visitantes. Se sentem queridos. É o voluntariado quem apoia diretamente cerca de 30 pacientes vítimas de paralisia cerebral, com idades entre cinco e 27 anos, atualmente internados no Cotolengo Orionópolis Sul-Mato-Grossense, no bairro Mata do Jacinto. Não há limite de idade para o atendimento.
“Felizmente temos gente dedicada a essa causa”, diz a coordenadora-geral do centro-dia do Cotolengo, Nathalya Zampieri. Além dos voluntários, ela destaca ainda o trabalho do telemarketing, que “arrebanha” benfeitores e chega a angariar R$ 300 por dia.
Formas de voluntariado
No Cotolengo, atualmente dez crianças recebem alimentação por sonda. Há pouco tempo uma família de Aquidauana se mudou para Campo Grande, a fim de acompanhar de perto o atendimento ao filho. Essa instituição acolhe crianças com deficiência, portadoras de necessidades especiais, sem outro lugar para ficar. Funciona em regime de internato e semi–internato. Na porta de entrada os repórteres encontram a empresária Irani Calvila, que planeja com a direção um desfile de roupas cuja renda será revertida para a instituição.
Segundo Nathalya, a instituição conta com dois tipos de trabalho voluntário. “O praticado pelos que comparecem e participam da rotina de atendimento e os que trabalham em eventos.” A casa tem atualmente 15 atendentes diretos e 30 voluntários para dar banho nas crianças, alimentá-las, levá-las à varanda e compartilhar outras atividades, entre as quais costura, limpeza da cozinha e outras dependências. Já houve apresentações de balé, música e de grupos de animação.
O cumprimento de sentenças judiciais também funciona como fator de auxílio à entidade. Condenados a penas alternativas são apresentados regularmente à direção, conhecem e recebem a escala do tempo de trabalho semanal e do período em que permanecerão nesse tipo de voluntariado. A direção controla as tarefas de cada um.
Adotada pela casa, a enfermagem humanizada atende às necessidades biológicas, psicológicas, sociais e espirituais dos pacientes. Ou seja, no Cotolengo cada um deve ser compreendido e aceito como um ser único e integral com necessidades e expectativas particulares.
“Nossa equipe multidisciplinar sabe que a maioria dos que aqui estão são filhos de famílias carentes”, explica a coordenadora. “Por isso, eles recebem todo o necessário para uma vida mais digna, remédios, tratamentos e possibilidade de reabilitação e reintegração à família e à sociedade. É uma obra muito grande”, acrescentou.
Necessidades
A fisioterapia é um dos pontos nevrálgicos do atendimento. Não requer apenas o profissional, mas sempre uma pessoa a mais para que os exercícios sejam bem eficazes. O Cotolengo necessita atualmente produtos de higiene, fraldas geriátricas, luvas de procedimento, equipos e frascos de nutrição interal, fibras grossas e finas – estas lhes facilitam mastigar e engolir.
“Cerca de 70% do que é consumido aqui provêm de doações, o restante chega por meio de convênios”, explica Nathalya Zampieri. Dois carros da Secretaria Municipal de Saúde buscam os semi-internos em casa e os leva de volta à tarde. No momento, o transporte é uma das prioridades a serem melhoradas, porque nem sempre os carros estão em perfeitas condições de uso.
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