LAUDATO SÍ, IMPACTO E INFLUÊNCIA

LAUDATO SÍ, IMPACTO E INFLUÊNCIA

Um marco muito importante em esfera mundial foi a primeira carta encíclica da Igreja Católica falando sobre biodiversidade, lançada em 2015, pelo chefe do Estado do Vaticano, Papa Francisco. A carta “Laudato Sí” trata sobre o cuidado da casa comum que é o mundo; nela o Papa Francisco ressalta a importância dos povos originários do Brasil e daqueles que com seu trabalho preservam a natureza, de modo especial a região amazônica. Nesse sentido, a carta contribui para que a sociedade tenha um olhar inclusivo para com estes povos, principalmente pelo fato de sermos um país majoritariamente cristão e católico.

Nesse aspecto, a LS se tornou a principal ferramenta da Igreja Católica na defesa da casa comum, sendo exemplo mundial na defesa de nossos ecossistemas, não só para os católicos, mas para todos aqueles que buscam a preservação da vida e do meio ambiente.

A Laudato Sí gerou discussões antagônicas quando este tema foi lançado pela primeira vez por um pontífice da Igreja Católica. O documento foi alvo de grandes reações de todos os lados, dentro e fora da Igreja, o que é compreensível pela contemporaneidade e complexidade do tema, além de contrariar os interesses capitalistas. Uma das conclusões a que se chega, quanto ao impacto da carta encíclica, é que o Papa conseguiu trazer ao mundo uma nova perspectiva um novo conceito de cuidado pela vida em detrimento de uma visão consumista e materialista da sociedade.

Na encíclica não se fala tanto mais sobre questões naturais, em si, como plantas, animais e minerais, terra, água e ar, pois tudo está em consonância. O que o pontífice quer ressaltar é que os homens não são um anátema naquilo que envolve o âmbito ecológico; antes, são o motor, a competência mais responsável no que reflete o cuidado pela casa comum. Por este motivo, a ecologia integral nos recorda que devemos amar os que estão ao largo, marginalizados e cuidarmos da natureza com todos os seus ecossistemas. Desta maneira, desmorona as ideias de cunho reducionista de que o documento trata simplesmente do assunto ecologia, de defesa do habitat de certo animal, enquanto se deixa morrer tantas pessoas sem casa e sem comida. Sendo assim, a carta vem trazer esse equilíbrio e valorizar a importância que o ser humano tem. A grandeza do mundo está nas pessoas e é nelas que devemos focar nossos esforços para alcançar o sucesso do cuidado com a casa comum. Assumindo essa realidade, vamos compreender que é importante, além de cuidar, respeitar e proteger.

São Luís Orione como um grande defensor da Igreja e do Papa, sempre recomendou a seus filhos o amor ao Papa, ou seja, à Igreja, um amor de serviço, obediência e acolhimento de sua santa vontade. Como orionitas, devemos ouvir e praticar o apelo do nosso Santo Padre, o Papa Francisco, apelo este que nos fala na sua encíclica “Laudato Sí”: “É urgente enfrentar a exploração ilimitada da ‘casa comum’ e dos seus habitantes” (LS 101). É um chamamento que o Santo Padre nos faz, sermos guardiões e defensores da casa comum e de uma ecologia integral. Podemos perceber que a fé e a vida são indissociáveis, e uma fé que não volta o olhar para uma espiritualidade que liberta, e que não permanece firme nos seus preceitos não pode ser fé, no mais será somente uma pseudo fé, feita de aparências e dentro do comodismo, “alicerçada na areia” (Mt 7, 26), onde perdemos o verdadeiro sentido da vida.

Como orionitas, não podemos fechar nossos olhos para estes cenários deletérios em que se encontram o meio ambiente e, em especial, o nosso Brasil. Urge de nós a coragem que o nosso pai fundador teve de ouvir os apelos da Igreja e ir avante. Quando unimos a fé com a vida, aceitamos o convite de sermos uma “Igreja em saída” ou como dizia São Luís Orione “Para fora da sacristia” este ide que quebra as barreiras do comodismo e vai ao encontro daqueles que estão “nas periferias existenciais”.

Esta é uma verdadeira vida, vivida pelo testemunho da fé e como filhos do homem da caridade, da escuta fiel à Santa Igreja e do coração sem fronteiras, abramos o nosso coração para cuidarmos da nossa casa comum. “Tu tens a fé e eu tenho as obras! Mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé a partir das minhas obras” (Tg 1, 18).

Cl. Guilherme Felipe Santos Rocha, estudante do 1° ano de Filosofia

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