A formação na igreja

A formação na igreja


Vocação
na Igreja


Pe.
Erli Lopes Cardoso

                                             
Secretário Provincial – Brasil Norte

 

Quando falamos em vocação, na dimensão
eclesial, dizemos que é um chamado de Deus. De fato, ao analisarmos a palavra
vocação, vemos que é derivativa do verbo latino vocare, que quer dizer chamar.

 Podermos destacar três importantes
dimensões da vocação: teológica, antropológica e eclesiológica.

 Dimensão
teológica
:
a iniciativa do chamado é sempre de Deus. É Deus quem, misteriosamente, atrai
para junto de si a pessoa chamada. Tomando como exemplo as grandes vocações na
Bíblia (Abraão, Moisés, Isaías, Jeremias, Maria e outras), notamos que é sempre
Deus quem toma a iniciativa de ir ao encontro da pessoa para convocá-la para
uma missão. Todo chamamento comporta uma missão, uma tarefa. É preciso estar
atento à “voz” de Deus para discernir na história a missão para a qual Ele nos
chama. Essa descoberta é feita a partir dos sinais, das mediações pelas quais
nos sentimos chamados. Neste sentido é sempre bom recordar a frase de um
vocacionado no documentário “O chamado de Deus”, do ano 2000: “Deus chama e a
realidade convoca”.

 

Dimensão
antropológica
:
não menos importante, é preciso tomar consciência de que o chamado de Deus é
dirigido a pessoas concretas, inseridas numa realidade. O ser humano não é
chamado a ser simplesmente um ouvinte da Palavra, mas a responder ativamente à
interpelação desta Palavra. E quem responde é alguém sempre dotado de
liberdade, de valores, de qualidades, mas também de limitações. Daí a
necessidade de tomar consciência da própria humanidade, com suas possibilidades
e limitações.É sobre o alicerce da humanização que deve ser construída,
cotidianamente, a resposta. Da maturidade humana de quem responde depende a
qualidade da missão que lhe foi confiada.

 Dimensão
cristã
:
o batismo nos torna cristãos e a Igreja é a Assembléia dos vocacionados. Nela
todos devem encontrar o seu espaço para servir à missão de Cristo. E este
serviço se faz de variadas formas. Na verdade há uma só vocação, que vem de
Cristo, convocado e convocante. A vocação especifica-se em vários graus
correspondentes aos diversos momentos existenciais da experiência cristã. E
estas experiências têm em Cristo sua fonte, seu sentido, sua referência e
unidade.

 A santidade é a vocação universal de todo
cristão. A vivência dessa santidade se dá de várias maneiras. É como uma árvore
que, de uma única raiz, se multiplica em vários galhos. Assim, pois, a partir
do batismo, vinculados a Cristo e à sua missão, a escolha de um estado de vida
na Igreja se torna a encarnação concreta da vocação fundamental.

 Na Igreja temos, pois, as diversas
vocações: ministérios ordenados (diácono, padre e bispo), a vida consagrada
(religiosos e religiosas que fazem os votos de pobreza, castidade e obediência
dentro de uma Congregação), e leigos(as) consagrados(as) e demais leigos que
assumem diversos serviços na comunidade. Na vocação laical destaca-se o estado
de vida matrimonial: Chamados a ser pai, a ser mãe, a gerar vida, a constituir
família. A família é chamada a ser igreja doméstica, expressão visível do amor
de Cristo pela sua Igreja.

 Além de constituir
família, os leigos têm um importante papel na transformação da sociedade: devem
estar inseridos no meio da sociedade como fermento na massa, sal que dá sabor e
luz que ilumina os difíceis caminhos. Colocar em prática as possibilidades
cristãs escondidas no meio do mundo. Valorizar os sinais do Reino presentes de
maneira latente no meio da sociedade e combater as tantas forças do anti-Reino,
ou seja, forças que promovem a injustiça e a morte. Ser sinais visíveis de
Jesus Cristo na família, no trabalho, na política, na economia, na educação, na
saúde pública, nos Meios de Comunicação Social, nos órgãos públicos, nos
esportes, no serviço liberal e em tantos outros espaços no meio da

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