AOS 97 ANOS, RETORNA À CASA DO PAI, A MÃE DOS POBRES, A MÃE DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL.

AOS 97 ANOS, RETORNA À CASA DO PAI, A MÃE DOS POBRES, A MÃE DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL.

Na manhã deste domingo (30/12/2018), retornou à Casa do Pai, mais uma defensora dos direitos do povo, IRMÃ MARIA ALBERTA (Dina Girardi). A mulher que soube fazer de sua Vida Religiosa a base para a organização popular, deixa uma história de comunhão e dedicação aos trabalhadores.
Irmã Maria Alberta nasceu em Quarto de Altino, Veneza, Itália, no dia 24 de outubro de 1921. Ingressou no Postulando das Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade (Dom Orione) em Trotona/AL, Norte da Itália no dia 29 de agosto de 1943; em 15/08/ 1944 entrou no Noviciado; emitiu a Primeira Profiss ão em 15/08/1946;
Profissão Perpétua em 15/08/1955.
Em 1951, Irmã Alberta foi enviada a Roma, onde, por sugestão do padre jesuíta, Enrico Baragli, crítico cinematográfico – Centro Italiano de Adestramento Cinematográfico, criou uma escola profissionalizante de cinema para jovens órfãs. Durante os 19 anos em que ficou à frente do centro, Irmã Alberta percorreu as cadeias da Itália procurando filhas de prisioneiros, a quem pudessem servir os estudos.
Chegou no Brasil em janeiro de 1970 e foi enviada diretamente à cidade de Araguaína, então no estado de Goiás, onde trabalhou até 1986. Teve que deixar a cidade quando o padre Josimo, seu companheiro de trabalho pastoral, foi assassinado por fazendeiros. Irmã Alberta havia também sido jurada de morte.
A irmã Alberta, conhecida por todos nós por seu vasto trabalho em favor dos mais pobres, dentre eles os trabalhadores sem terra, os irmãos de rua e as crianças, foi mais uma vez reconhecida por seu trabalho.
Em reconhecimento à sua luta justa, a Ordem dos Advogados do Brasil também a agraciou, em 2007, com o Prêmio Castro Holzwwarth, e em 2012 com o Prêmio Especial dos Direitos Humanos em São Paulo..
Em 2015 foi homenageada pelo Movimento com o Prêmio Luta pela Terra, ao lado de lutadores como Leonardo Boff e Luiz Beltrame.
Dedicada também aos estudos, era leitora de Marx e Gramsci e considerava as obras muito atuais para a realidade da classe trabalhadora, sempre fazendo correspondência entre as lutas sociais, a política e a fé. Para Irmã Alberta o trabalho de base e a organização do povo para a luta eram as formas de alcançar a justiça social que Jesus pregava.
Ela dizia: “não parem nunca de lutar”, assim como ela dizia sobre a luta do MST, a força e vigor de Irmã Alberta serão sempre rememorados com alegria e garra pelas famílias Sem Terra nas ações, nas místicas e na fé em um outro mundo possível.

 

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