19 fev O lindo testemunho do clérigo Gleison, o confrade que se encontrou com o Papa
Escrevi uma carta ao Papa Francisco e entreguei a uma amiga da universidade onde estudo para entregar a ele, pois ela tinha sido escolhida como uma das jovens que se confessaria com ele no domingo, dia 19 de janeiro, na Paróquia “Sacro Cuore di Gesù” no centro de Roma. Depois ela me disse que ao receber a carta não passou ao secretário, mas a colocou no bolso.
No dia 20 à tarde, segunda-feira, eu estava estudando quando às 15:56 meu celular toca. Era um número confidencial, mesmo assim eu atendi e escutei uma voz que dizia: “É o Gleison? Falo com o Gleison?” Eu, sem acreditar, respondo: “Sim, Santo Padre, não acredito!” Ele sorri e me pergunta se sua voz é tão fácil de ser reconhecida. Conversamos sobre o que eu havia escrito na carta e ali mesmo ele me aconselhou dizendo que o Senhor está comigo, Nossa Senhora está comigo, a Igreja está comigo, o Papa está comigo. Ele insistia que eu não poderia desanimar, mas confiar no amor de Deus e ter coragem, sempre ter coragem. Ao fim destes 7 minutos de conversação, convidou-me para encontrá-lo em sua residência, Casa Santa Marta. No dia 22, ele me telefonou novamente, eu estava fazendo a prova final de Cartas de São Paulo. Alí combinamos o horário e aproveitei para perguntar se poderia levar 2 confrades que me haviam pedido de vir comigo. Pois bem, o Papa aceitou e às 16:30 h, do dia 27 de janeiro, deveríamos encontrá-lo
Na segunda-feira, dia 27, fomos à casa Santa Marta e fomos muito bem acolhidos por aqueles que alí colaboram. Não tinha nada de especial… tudo muito simples, mas que desde a entrada já perfumava espiritualidade, paz.
Estávamos em uma pequena sala, muito singela, quando de repente aparece o Santo Padre sozinho, sem que nenhuma pessoa o anunciasse antes. Ele abre a porta, nos cumprimenta e se senta. Nós, naquela dúvida de não saber onde se sentar, escutamos a voz do Papa que dizia: “ Sentem-se aqui, diante de mim, pois os inimigos a gente olha na cara”. Quanta simpatia! Todos começamos a sorrir com essa piada. Outra coisa interessante foi o botão de sua batina que estava com a linda desfiando, uma coisa que eu não acreditava. Realmente um grande momento, onde conseguimos ver sua coerência no amor aos mais pobres.
Quando estávamos juntos, todos os confrades e o papa, falamos muito da Congregação na Argentina e de alguns confrades que conhecemos e temos amizade em comum. Dentro desse argumento o Papa dizia que a nossa vocação é linda e que fazemos muito bem para a Igreja. Repediu algumas vezes que além do ramo masculino, nossa irmãs (Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade) também são “bravíssimas”. Ele se lembrou que quando era arcebispo de Buenos Aires, mandava os diáconos da Diocese fazerem uma experiência de 15 dias em nosso Cotolengo, isso antes da ordenação. “Eles colocavam a mão na massa!” Quanta alegria aquele homem de Deus nos transmitiu.
Depois dessa conversa juntos, os confrades sairam da sala e me deixou sozinho com o Papa. De novo falamos do conteúdo da carta e ele com suas sabias palavras mostrou o quanto Deus é bom e como ele vem se manifestando em minha história. “Deus te escolheu, não tenha medo!” Pedi para me confessar; na confissão, abrindo novamente meu coração senti, nas palavras do Papa Francisco, a voz de Deus que me acolhia com tamanha misericórdia. Ele não tentou me dar respostas, mas tentou me mostrar que o chamado não é uma coisa do acaso, mas é dom, sinal concreto de Deus e que deve ser respondido.
Fiquei muito tocado pelo encontro, mas principalmente por ver que temos, na pessoa do Papa Francisco, a imagem de um Pastor que quer cuidar de todas as ovelhas, principalmente aquela perdida. Ele se preocupou comigo, quis saber como estou, o que penso, o que espero da Igreja, o que posso fazer pela Igreja.
Depois de mais de 35 minutos em uma conversa reservada, ele chamou os confrades e nos despedimos. No momento da despedida pedimos que ele nos abençoasse e que aquela benão se estendesse a todas as pessoas que nos acompanharam atrés das orações. Depois da benção ele me abraçou e pediu para rezar por ele, pois precisava de tantas orações.
Pois bem, eis a história de um clérigo de Ipatinga que encontrou com o Papa e depois desse encontro saiu restaurado; melhor dizendo, um encontro assim não restaura, mas transforma. Louvado seja Deus!!!!
Cl. Gleison de P. Souza, PODP.
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