Imprensa concorda: JMJ foi “festa da fé”

Imprensa concorda: JMJ foi “festa da fé”

 IMPRENSA CONCORDA: VIAGEM DO PAPA FOI “FESTA DE FÉ”

Jornais espanhóis e estrangeiros mudam opinião inicial

CIDADE DO VATICANO – Entre os jornais espanhóis que mais criticaram, em dias passados, a visita de Bento XVI à Espanha, encontra-se El País. Mas, nesta segunda-feira, o mesmo jornal publicou um editorial no qual qualificava a terceira visita do Pontífice a esta nação como “um êxito de participação, como poucas vezes pôde ser visto”.

O veículo de comunicação espanhol ratifica suas diferenças com as posições da Igreja em questões morais, mas reconhece que Bento XVI realizou uma autêntica “visita pastoral”.

E se este é o balanço de um dos jornais mais críticos com a Igreja na Espanha, a grande maioria sublinhou não somente a participação massiva (os jornais mais tímidos falam de 1,5 milhão de pessoas, enquanto outros registram 2 milhões), mas sobretudo a qualidade, descrita em geral com a fórmula “festa de fé”.

El Mundo, outro dos jornais de maior tiragem, começou o artigo de balanço final, assinado por José Manuel Vidal, com estas palavras: “Uma viagem redonda, um êxito sem paliativos o de Bento XVI e do cardeal Rouco na JMJ de Madri 2011”.

Andrea Tornielli, correspondente de La Stampa de Turim, lamenta, no Vatican Insider que, durante dias, os jornais tenham dado mais espaço aos “dois mil indignados” que protestaram contra a visita papal que aos dois milhões de participantes do evento.

Andrew Brown, de The Guardian, publicou um artigo, em 18 de agosto, no qual reconhecia que, “se eu fosse católico, estaria bastante irritado com a BBC”, que dedicou seus serviços aos protestos de poucas pessoas, sem nem sequer falar da JMJ.

Um título do site do histórico jornal espanhol ABC sintetiza o evento presidido pelo Papa em Cuatro Vientos: “Dois milhões de orações”. Por outro lado, La Razón se refere a este encontro com a manchete “Apóstolos para o século 21”.

Giovani Maria Vian, diretor do jornal vaticano L'Osservatore Romano, vê aspectos semelhantes entre esta visita e a viagem que Bento XVI realizou ao Reino Unido (16-19 de setembro de 2010).

Aquela peregrinação também foi “precedida por uma série de artigos prejudiciais e negativos, que depois deram lugar a um consenso quase unânime – e é um mérito indiscutível de muitos meios informativos britânicos o fato de terem sabido mudar de opinião –, ao sublinhar a transparente humildade do Papa e sua capacidade gentil para dirigir-se a todos, dando-se a entender não somente aos fiéis católicos”.

Surpresa internacional

O dia que arrancou mais manchetes da imprensa internacional foi a acidentada vigília em Cuatro Vientos, que até aquele momento havia dado espaço às manifestações de cunho laicista convocadas em Madri, frente aos atos multitudinários realizados em toda a cidade.

“Não poderia ter sido melhor”, afirmava um comentarista da RAI; o Papa foi “aclamado por um oceano de peregrinos”, segundo Le Monde. O New York Times admitia que se tratava de “uma reunião sem precedentes”, que ia “muito além de Sydney”. El Universal afirmava que o Papa havia “superado os prognósticos”.

Entre os cerca de 4.700 profissionais do mundo da informação, como refere Inma Álvarez, a editora-chefe de ZENIT que coordenou a cobertura desta visita, “acho que é preciso destacar que o mais lhes chamou a atenção foi a atitude dos jovens”.

“Não somente diante das dificuldades da chuva e do sol, mas também diante das manifestações contrárias. Os informadores ficaram impactados pela festa que havia nas ruas, pelo civismo e pela correção, pela ausência de incidentes e pela atitude positiva daqueles que não puderam entrar em Cuatro Vientos pela falta de espaço”, acrescenta.

Giovanni Maria Vian termina considerando que esta JMJ foram “um êxito reconhecido pelos meios de comunicação, sobretudo espanhóis”.

“Por mérito dos protagonistas, sobretudo, isto é, de Bento XVI e da sua juventude, depois naturalmente dos organizadores, e last but not least, da Espanha: do rei Juan Carlos, com a família real, do governo e das diferentes autoridades”, conclui o diretor do L'Osservatore Romano.

(Jesús Colina)

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