A Caridade

A caridade

“Vivemos num século que está
cheio de gelo e de morte na vida do espírito. Todo fechado em si mesmo, só se
vêem os prazeres, a vaidade e as paixões e a vida desta terra, e nada mais.
Quem dará vida a esta geração morta para a vida de Deus, senão o sopro da
caridade de Jesus Cristo? A face da terra se renova ao calor da primavera. Mas
o mundo moral só terá vida nova pelo calor da caridade. Nós devemos pedir a
Deus, não uma faísca de caridade, como diz a imitação de Cristo, mas uma
fornalha de caridade para inflamar-nos e para renovar o frio e gélido mundo,
com a ajuda da graça que nos dará o Senhor. Teremos grande renovação católica,
se tivermos grande caridade. Mas devemos começar a praticá-la hoje entre nós, a
cultivá-la no seio dos nossos institutos, que devem ser verdadeiros cenáculos
de caridade (…). Não daremos às almas chamas de vida, fogo e luz de caridade
se, antes, não estivermos inflamados e muito inflamados. A caridade deve ser o
nosso ímpeto e o nosso ardor, a nossa vida: nós somos os “garibaldinos”
da caridade de Jesus Cristo. À causa de Deus e da sua Igreja não se serve senão
com uma grande caridade de vida e de obras. Não penetraremos nas consciências,
não converteremos a juventude, não traremos os povos à Igreja, sem uma grande
caridade e um verdadeiro sacrifício nosso, na caridade de Cristo. Existe uma
assustadora corrupção na sociedade; existe uma espantosa ignorância de Deus;
existe um materialismo, um ódio terrível: “Só a caridade poderá ainda conduzir
a Deus os corações e as populações e salvá-las.”