Nem presunçosos, nem tímidos

Dos escritos de São Luís Orione

 

Não basta apenas manter as posições, mas é preciso progredir, progredir, progredir! Non prógredi, résgredi est (não progredir é regredir).

Assim como na virtude, na graça e na vida espiritual e igualmente em relação às instituições religiosas: non prógredi, résgredi est.

É preciso fazer; é preciso fazer bem; é preciso fazer mais, muito, mas muito mais!

Não quero presunçosos, mas não quero também coelhos…, não quero também gente fraca; pequena de cabeça e de coração, privados de toda sã, moderna, necessária e boa iniciativa, privados da necessária coragem!

Confiar não em nós, mas em Deus, e avante com muito entusiasmo, com coração grande, com grande coragem! Deus protege e dá força! O que temer?

Nós servos de Deus nunca deve existir desânimo, perder o estímulo, jamais. Nós somos soldados de Cristo e por isso devemos rezar, olhar para Ele e não temer jamais: ao contrário, devemos acrescer uma coragem muito superior às forças que sentimos: porque Deus está conosco.

Não se deixem amedrontar pelas dificuldades ou pelos poucos frutos e permaneçam unidos na caridade de Jesus Cristo! A vida de vocês será plena de tribulações e de espinhos… mas não duvidem: Deus está com vocês, se vocês forem humildes e permanecerem em  Deus!

Tomem a sua cruz com fé, com viva fé e confiança no Senhor, porque a cruz de vocês vem de Deus e Deus está sempre próximo de vocês.

O zelo de vocês não sejam volúvel, nem inconstantes, nem instáveis, nem independentes, nem subordinados, à mais rígida disciplina, que deve ser a verdadeira disciplina religiosa; mas seja um zelo fervoroso, constante, iluminado; de grande e inflamado zelo, porém prudente na caridade.

É preciso um espírito de empreendimento iluminado, senão certas obras não se realizam; a vida de vocês se torna uma estagnação, não é mais vida de apóstolos, mas é lenta morte ou fossilização! Avante, portanto!

Não se poderá fazer tudo em um dia, mas não precisa morrer em casa, nem na sacristia: fora da sacristia!

Nunca perder de vista a Igreja, nem a sacristia, ao contrário, o coração deve estar lá, a vida lá, lá onde está a hóstia. Mas com as devidas cautelas, é preciso que vocês se lancem num trabalho que não seja apenas o trabalho que vocês fazem na Igreja.

Afastem toda mesquinhez. Para longe de nós toda mesquinhez, sob a qual se esconde, às vezes, a preguiça e a pequenez da alma. A mesquinhez é contrária ao espírito do nosso instituto, que é ardente e magnânimo.

 

Carta de 12.01.1930; Lettere II 71-78