Dom Orione compreendeu desde o início a importância da presença no seio da Pequena Obra da Divina Providência de um ramo contemplativo. Já em 1899, com a entrega do hábito aos três primeiros eremitas, em Stazzano, no dia 30 de julho, Dom Orione deu vida a uma família de Eremitas. Confiou a eles o ofício da oração, da penitência e do trabalho numa vida simples, austera e fraterna. Os primeiros se ocupavam também da assistência e da instrução dos pequenos trabalhadores dos campos, nas chamadas “colônias agrícolas”; outros se dedicavam para o renascimento e a guarda de antigos mosteiros.
Sant’Alberto de Butrio (Pavia) e Monte Spineto (Alessandria) na Itália, são os lugares das origens. Nos primeiros anos os Eremitas trabalharam muito nas “colônias agrícolas” de Noto, Roma e Bagnorea, passando em seguida, para a Terra Santa em Rodi e por fim no Uruguai, terminando depois em atender a sua vocação particular nos antigos Eremitérios de Sant’Alberto de Butrio (Pavia), Nossa Senhora da Graças em Sant’Oreste (Roma) e São Corrado em Noto (Siracusa): uma vida de oração e de trabalho.
O eremita que mais se destacou foi certamenteFrei Ave Maria, que nasceu no ano de 1900 e faleceu em 21 de janeiro de 1964.Ficou cego aos 12 anos de idade, depois de um longo período de desesperojuvenil, encontrou a graça de Deus através da paternidade de Dom Orione.Tornou-se então eremita e passou toda a sua vida em penitência e oração, naprocura constante da santidade, foi luz e conforto para tantas pessoas que o procuravamnos momentos das tribulações da vida. A fama de santidade o acompanhou em suavida e depois de sua morte. A sua causa de beatificação está em andamento juntoa Santa Sé.
Atualmente, os Eremitas da Divina Providência são 10, reunidos em dois Eremitérios, o Eremitério de Sant’Alberto di Butrio, na Itália, que se destaca pela grande meta espiritual e artística de grande interesse para muitos peregrinos que o visitam e o Eremitério Frei Ave Maria noBrasil, que foi inaugurado em 21 de Janeiro de 2003. Os Eremitas são uma graçade Deus para toda a Pequena Obra da Divina Providência, Congregação fundada por São Luís Orione, eles são os nossos “Moisés sobre o monte”, assim os chama o próprio Dom Orione.
A vida dos Eremitas é regulada por uma regra própria chamada: “Espírito e Normas” que recolhe as indicações sobre a espiritualidade e a disciplina dadas pelo próprio Dom Orione e depois atualizadas. Qual é o significado da presença dos Eremitas na família orionitae na sociedade de hoje? Dom Orione mesmo nos responde em um seu escrito antes da fundação. O eremita foi sempre muito bem visto na religião, é um ser que deve existir na Obra da Divina Providência: viver quase como um constate sacrifício, voz constante do amor a Jesus pela salvação dos irmãos!
O eremita: homem que renuncia às alegrias da família, às riquezas, a tudo que é terreno, e vai para o eremitério inclinar acabeça ao aceno de um irmão que na terra, faz a vez de Deus. Ele segue os conselhos de Jesus, e promete observa-los todos os dias de sua vida. Através da vida religiosa se aproxima mais do Senhor: o amor de Jesus alivia toda árdua prova, deixa mais suave e desejável todo sacrifício.
A sociedade está em perigo, porque a riqueza é um ídolo que nestes nossos tempos toma lugar de tudo, e até da fé e da religião. A sociedade está em perigo porque a desonestidade está proliferando, as inteligências apagam-se e enfraquece a juventude. A sociedade está em perigo porque nas alturas está reinando o orgulho, a insubordinação, a rebelião nos espíritos.
Para afastar este tríplice perigo, o mundo precisa ver-se diante das virtudes opostas. Então eis os eremitas! Será como uma prédica vivente a vida deles, quanto bem poderão fazer estes servos de Deus, com os costumes e a prática de vida tão diferente das dos seus outros irmãos!
Que surjam e se multipliquem os eremitas da Divina Providência e que aperfeiçoem as almas deles. Sejam eles os nossos irmãos especialmente da oração, os irmãos que fazem chover as bênçãos do céu sobre as nossas fadigas, sobre os nossos jovens e sobre os estudos deles e sobre todos os nossos caríssimos benfeitores.
Abram nos seus eremitérios um descanso para nós, nos dias turbulentos da vida: abram um refúgio para todos os oprimidos, para todos os corações feridos pelos desconfortos e pelas dores. E com a oração alternem o trabalho manual. Dos seus rostos desçam os raios da paz… Com as virtudes e com a oração tenham estendidas as mãos de Deus sobre os homens pecadores…
Oh surjam, então com o coração cheio do amor de Jesus, ò meus irmãos eremitas! Eu saúdo a vossa vinda como uma bênção do Senhor e me prostro diante de vós que sois chamados para fazer tanto bem! (São Luís Orione)
Os Eremitas da Pequena Obra da Divina Providência, filhos de São Luís Orione chegaram à diocese de Valença aos 21 de janeiro de 2003, sendo acolhidos calorosamente pela comunidade valenciana e pela comunidade de Esteves, localidade onde residem os frades do Eremitério Frei Ave Maria.
Recebemos o nome de Eremitas por causa do nosso fundador São Luís Orione, que desejou ter em sua congregação religiosa uma comunidade de vida contemplativa. Dom Orione dizia: “Os Eremitas sejam nossos irmãos da oração, os irmãos que fazem chover as bênçãos de Deus sobre nossos trabalhos, sobre nossos jovens, sobre nossos benfeitores”. Na verdade não somos eremitas no sentido restrito da palavra, temos vida em comum e somos abertos a todos aqueles que vêm até nós, seja para rezar conosco ou para conversar. As nossas normas dizem assim a respeito da nossa missão: “O apostolado dos eremitas nasce no eremitério e desenvolve-se mediante o eremitério, por meio de irradiação. Por essa razão, apesar da enorme necessidade do apostolado ativo, não sejam os eremitas desviados da vida regular deles.” Portanto o nosso apostolado é na comunidade em que residimos, recebendo a todos que nos procuram.
A nossa missão principal é rezar por toda a Igreja, pela nossa Congregação, pela diocese de Valença da qual fazemos parte e por todos que se recomendam as nossas orações. Nossa vida é muito simples, mas regada de muita oração e trabalho. Todas as quintas-feiras dedicamos metade da jornada para a adoração ao Santíssimo Sacramento.
Vivemos do nosso trabalho cotidiano e com a ajuda dos nossos benfeitores valencianos, nos quais estão presentes as mãos da Divina Providência que agem por meio dessas pessoas tão queridas por nós e por nosso Santo Fundador.
Que São Luís Orione e nossa Senhora da Glória vos abençoe.
Frei Jerônimo
Os Eremitas da Divina Providência residem no Eremitério Frei Ave Maria, na cidade de Valença, região serrana do Rio de Janeiro. Caso queiras entrar em contato direto com nossos eremitas afim de teres informações sobre a vida eremítica e contemplativa ou direção espiritual ou ainda fazer um retiro nas dependências do eremitério, entre em contato através das informações abaixo:
Cx. Postal 87 495 CEP 27600 970 VALENÇA – RJ Brasil eremiterio.orionita@yahoo.com.br tel. (24) 2458 4720
A Fazenda Santo Antonio do Paiol pertenceu ao comendador Manoel Antonio Esteves, negociante em Vassouras que depois casou-se com a filha de Francisco Martins Pimentel Fazendeiro de café que posuía vastas terras em Valença e deu as de Santo Antonio como dote de casamento. Manoel construiu a sede desta fazenda entre 1840 e 1850. Manoel Antonio Esteves foi um dos grandes investidores na fundação da Ferrovia União Valenciana inaugurada em 1871 e que lhe rendeu a comenda de Cavalheiro da Ordem da Rosa.
A fazenda possui grande acervo de valor histórico e mantém um museu relativo a vida da propriedade no século XIX e XX, acervo este cuidadosamente preservado pela última pessoa da familia Esteves Sra. Francisca. Atualmente, com uma área de aproximadamente 30 alqueires, a fazenda pertence a uma entidade religiosa, dom Orione da Divina Providência, e tem como principal atividade econômica, a pecuária leiteira, uma pequena lavoura de café, retiro religiosos e turismo cultural.
Informações: Frei Geraldo Magela – Tel: (24) 2458-4720
César Pisano nasceu em Pogli d’Ortovero aos 24 de fevereiro de 1900. Aos doze anos de idade ficou cego em fato acidental, brincando com seu amigo Bartolomeu. Os dois inocentes garotos encontraram uma espingarda velha, e pensando que estivesse descarregada, e em meio a uma brincadeira de garotos, acidentalmente a arma é disparada em direção de César Pisano, que futuramente em iria ser conhecido como Frei Ave Maria. Cego para sempre …
O jovem Cesar Pisano, desiludido e completamente desesperado cai num vazio total e acaba perdendo também a fé em Deus. Surge uma esperança, ou como costuma-se dizer, aparece uma “fada madrinha” que é a Irmã Teresa, da Congregação das Filhas da Caridade fundada por São Vicente de Paulo. E o conforta, conseguindo até fazê-lo sorrir. Mais tarde lhe falará de Dom Orione, fato este que mudará toda sua vida.
E assim o encontro com Dom Orione foi decisivo na Vida de César Pisano. Aos 20 anos de idade entrou para a Congregação e no ano de 1923 recebia das mãos de Dom Orione o hábito religioso. Recebeu também uma missão muito especial de nosso pai fundador, que assim disse: “Vai, e imerge-te na solidão e te sentirás muito mais em contato com Deus e cumprirás melhor a missão que eu te confio, isto é meditar e rezar”.
Frei Ave Maria é considerado um personagem famoso e amado na história da Igreja e de modo particular para nós, orionitas. Com sua vida exemplar, foi perfeito instrumento nas mãos de Cristo para o conforto de tantos homens sedentos de Deus, de uma palavra amiga, de um conforto espiritual.
O Venerável Frei Ave Maria estava sempre disposto a receber todas as pessoas que acorriam até ele, intelectuais, religiosos e pessoas simples, todos ficavam admirados pela santidade daquele santo eremita e partiam com o coração sempre confortado pelas suas palavras e pelo seu exemplo de vida. Dizia Frei Ave Maria: “A minha ocupação é rezar, eu não sei fazer outra coisa a não ser estar ajoelhado diante de Jesus e de Maria. Falo com Deus sobre os homens e falo aos homens do amor de Deus”.
Atualmente corre, junto à Santa Sé, o processo para a sua Beatificação. Esperamos em Breve venerá-lo nos altares da Pequena Obra da Divina Providência.
A vida eremítica é uma vida de total abandono nas mãos de Deus. O eremita é um homem chamado pelo Espírito santo a renunciar aos cuidados, desejos e ambições dos outros homens para dedicar toda a sua vida à procura de Deus, porque por ele foi achado. É alguém que procura tão intensamente a Deus que está pronto a morrer para poder vê-lo. Por isso é que a vida eremítica é um “martírio” bem como um “paraíso”, é uma vida ao mesmo tempo “Angélica e Crucificada”.
Os eremitas são homens que procuram no dia-a-dia, viver na Santa e estrita observância da regra deixada por nosso pai fundador, e na santa e estrita observância do Santo evangelho, pois Cristo é a regra da nossa missão.
Dom Orione escreve no Boletim A Pequena Obra da Divina Providência de 1898: “Os eremitas devem viver quase como um constante sacrifício, voz constante do amor de Jesus pela salvação dos irmãos …. E até quando houver um pedacinho de chão onde Jesus possa estabelecer-se, até quando houver uma rocha e sobre ela uma cruz, os eremitas existirão!”
A vida de oração, penitência e trabalho, fazem chover sobre nós as bênçãos do céu, para que assim possamos procurar com mais afinco as Coisas do alto, onde se encontra Cristo.