19 fev ENTREVISTA: Pe. Anderson Monteiro, missionário nas Filipinas
O padre Anderson Monteiro de Rezende é natural de Abreus – Alto Rio Doce-MG. Seu lindo testemunho vocacional e missionário pode servir de estímulo a tantos outros jovens que querem se consagrar a Deus na vida religiosa. Como Orionita, pe. Anderson é missionário nas Filipinas, onde trabalha na formação. Atualmente está em Roma, onde faz um curso. Esta entrevista foi feita pelo pe. Osvaldir Ribeiro, que também está na cidade eterna. É, portanto, uma conversa entre dois confrades e tem a tônica dos profetas e apaixonados por Deus.
PORTAL ORIONITAS – Em que ano você entrou no seminário e qual foi à motivação que o levou à vida religiosa? E porque a Congregação de Dom Orione? E quais foram às etapas formativas percorridas?
PE. ANDERSON. Eu entrei no Instituto Dom Carlos Sterpi, em Belo Horizonte, no ano de 1995 quando o nosso saudoso Pe. Dino Barbiero era o diretor da comunidade e o Pe. David de Paiva era o Reitor, sendo substituído pelo Pe. Marcio A. Do Prado 06 meses depois. Desde muito pequeno eu já tinha o desejo de ser padre. Esse desejo não era ainda claro, mas foi se esclarecendo através da oração diária do terço em família e da participação da missa dominical, no qual com sol o com chuva a nossa mãe nos “obrigava a ir”. Quando tinha 11 anos me tornei um coroinha e dai em diante foi ficando claro que eu queria ser um padre, apesar de não saber como. No ano de 1993 o Pe. Jose Martins, que era então o diretor vocacional foi visitar um vocacionado em Abreus e aproveitou e passou na nossa casa e foi ai que conheci a Congregação de Dom Orione. Neste momento em diante não via a hora de terminar a oitava serie pra entrar no seminário. Quando entrei foram muitas as dificuldades, mas maiores foram às alegrias. Fiz 3 anos em Belo Horizonte 1995 -1997(Aspirantato e Postulantado). 1998 Noviciado em Brasília, 1999 e 2000 tirocínio na Inglaterra e Filipinas, 2001 – 2003 Filosofia em BH (Dom Gaspar Goggi) e Teologia nas Filipinas de 2004 a 2008.
Pe. Anderson, nesses 09 anos em que você está trabalhando na Missão Orionita nas Filipinas, quais momentos, você destacaria como uma legítima experiência de Deus através do carisma de São Luis Orione?
PE. ANDERSON. As Filipinas foram um presente de Deus para mim. Quando fui pra Inglaterra, o superior geral me disse dois anos lá e depois, como padre, voltar pra missão. No entanto, depois de meu primeiro ano de tirocínio, recebi uma mensagem que dizia que deveria ir pra Filipinas. Partir e cheguei nas Filipinas no dia do meu aniversário. Comecei a trabalhar no Pequeno Cotolengo Filipino. Levantava-se bem cedo, dava banho nas crianças, alimentava, trocava fralda, coloca para dormir; esta foi a primeira experiência concreta de Deus na vivência do carisma de São Luis Orione. Uma segunda experiência se refere-se a pastoral na Paróquia de Payatas. Apesar de ser uma simples experiência nos dias de domingo, isso me tocava muito, pois o povo era muito pobre, mas muito acolhedor. Era impedido de me comunicar devido à língua, mas, a simples presença já era alguma coisa.
Como formador de jovens e adultos na etapa formativa da Filosofia, rumo a Vida Religiosa, quais desafios que você enfrenta? Os jovens hoje têm que anseios e expectativas com relação à Igreja?
PE. ANDERSON. O processo formativo nas Filipinas e um pouco diferente do Brasil. Nós aceitamos os candidatos depois de terem terminado o ensino médio. E como o ensino médio nas Filipinas termina quando eles completam 16 anos, eles ainda são muito jovens. O desafio que enfrentamos e a questão familiar. A família, no contexto filipino, é muito importante. Tudo que se faz é em prol da família. E a família tem de permitir que o jovem possa entrar no seminário. Quanto ao seminário; Segundo desafio é encoraja-los a continuar, mostrando-lhes a beleza da Vida Religiosa e os desafios que ela oferece. Eles esperam uma Igreja que seja mãe e acolhedora, não uma instituição encimentada, fechada e autoritária, que só manda e os demais obedecem. É isso que tentamos mostrar, que a Igreja é acima de tudo uma mãe, apesar dos pesares.
São Luis Orione é um santo de nosso tempo. Que aspectos de Dom Orione você acredita serem importantes para uma espiritualidade encarnada no contexto filipino?
PE. ANDERSON. São Luis Orione dizia que a caridade fala todas as línguas. Na minha experiência, depois destes 09 anos de Filipinas, a caridade tem sido o aspecto mais importante da nossa Congregação por lá Nós temos 03 comunidades nas Filipinas; as 03comunidades tem obras de caridade. Por quê? Porque as Filipinas por ser um país pobre, nós temos o dever de ajudar aqueles que necessitam.
Qual é a sua opinião com relação à formação religiosa? E como está organizada a Missão Orionita nas Filipinas?
PE. ANDERSON. O que move o mundo é mudança. Tudo muda se transforma e evolui. A vida Religiosa também evolui e com ela o processo formativo. Hoje e um pouco mais difícil ser formador que nos tempos de São Luis Orione, Por quê? Porque naquele tempo o formador falava e os seminaristas abaixavam a cabeça e obedeciam. Hoje não. Hoje tem que haver diálogo, saber ouvir, acolher a experiência do outro. Um segundo desafio para a formação e a tecnologia. Como formar um seminarista que esta exposto a todo tipo de informação? Como mostrar a eles o que é certo e o que não é? Esta e nossa tarefa. Formar pessoas capazes de distinguir. Além do mais, a formação religiosa hoje tem de ser atrelada a formação psicológica. Tem de haver acompanhamento psicológico dos seminaristas para que eles possam amadurecer e procurar compreender a clareza e a razão do CHAMADO.Nas Filipinas a formação religiosa esta organizada desta forma: Aspirantado – Postulando – Filosofia – Noviciado – Tirocinio e Teologia.
Que mensagem você gostaria de deixar para nossos amigos do site?
PE. ANDERSON. Como o nosso assunto é Vocação, gostaria de mencionar aqui aquilo que todos nós sabemos: Todos somos vocacionados. A Congregação vai sobreviver se tivermos pessoas nos seminários, mas, pessoas que desejam servir a Deus através do exemplo de São Luis Orione. Portanto, em nosso trabalho na Congregação, ajudemos os formadores dos seminários de diversas formas. Façamos um esforço para que tenhamos mais seminaristas e para que o nosso futuro seja melhor. Não digamos isto é problema do formador, ele é quem deve arranjar vocações. O que aprendi no St. Luigi Orione Seminary nas Filipinas é que a cooperação mútua é muito importante. Sucesso de um, sucesso de todos e da Congregação. Hoje o nosso seminário tem 41 seminaristas e no próximo ano 60. Isto é resultado e muito esforço de todos os membros das comunidades. Que São Luis Orione rogue por cada um de nós e nos de forças pra faze-lo conhecido e amado. A todos Ave Maria e Avante, e rezem por mim….
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