14 out Encontro do Secretariado Geral do Movimento Juvenil Vocacional Orionita da América Latina
SAN MIGUEL (Argentina): “Chamados a testemunhar o amor de Deus no mundo”.
Terminou na manhã de domingo (11/10), em San Miguel (Buenos Aires, Argentina), o encontro do Secretariado Geral do Movimento Juvenil Vocacional Orionita da América Latina.
O encontro dirigido pelo conselheiro geral encarregado Dom Silvestro Sowizdrzal focou várias questões importantes. Começou-se com o tema das vocações, com um primeira parte dedicada às considerações sobre a vocação cristã em geral, para discernir no campo da pastoral juvenil e vocacional. Depois foi discutido o tema da vocação específica de imitar Jesus mais de perto e o tema da animação vocacional nas províncias. Estiveram presentes os religiosos e religiosas e os jovens, responsáveis pela pastoral juvenil e vocacional do sul e norte do Brasil, do Chile e da Argentina.
No início Dom Silvestro, apresentou o tema “Chamados a testemunhar o amor de Deus no mundo (animação vocacional).” Todos recebem um chamado do Senhor. E este é o mais importante porque é o chamado para entrar e viver em comunhão com o Senhor. E dentro deste chamado o Senhor faz outros chamados, mais específicos, como o matrimônio ou viver imitando Jesus em seu modo de vida na Terra.
Em sua introdução Don Silvestro disse que o tema do chamado a exemplo dos Apóstolos, apresentada no Evangelho de São Mateus (4, 18-25), tal como interpretado pelo Padre Silvano Fausti, SJ, para mostrar as características essenciais de uma vocação religiosa.
Primeiro deve-se dizer que, no seguimento de Jesus, que é o centro da vida cristã, o homem renasce novamente e realiza o Reino de Deus, a fé se torna realidade. Os apóstolos descobriram a sua verdadeira identidade, quando Jesus chamou-os pelo nome, eles descobriram que eles eram para Deus. O nome dos Discípulos pronunciados por Jesus torna-se a realidade deles. Sua resposta se torna sua missão e o significado de suas vidas. Toda vocação é missão. Ao serem chamados os discípulos não disseram nada, porque a resposta não consiste em proferir palavras, mas é a vida, é deixar tudo para seguir Jesus.
Considerando o contexto em que Jesus chama os Apóstolos, se poderia dizer que seguir a Cristo é um novo “êxodo” e um novo “Genesis” e a descoberta de uma vocação é vir à luz e à liberdade. Jesus veio para nos fazer conhecer, como podemos ver Deus. Deus nos vê e nos ama com um amor único, total e irrepetível. Somos vistos por Ele com um amor único e irrepetível, assim como Deus olha para Jesus. (Jo 17,23: “os amaste, como me amaste a mim”). O nome da pessoa chamada expressa o amor que Deus tem por ela. Pode-se dizer que toda a Bíblia nos diz que Deus é tão apaixonado pelo homem que perdeu a cabeça por ele. Por isso Jesus dá sua vida pelo homem. Portanto, sabendo-nos verdadeiramente amados por Deus, encontramos nossa liberdade, porque não dependemos de nenhum outro olhar e sabemos realmente, somos amados por Deus. Pode-se facilmente imaginar que, nesse sentido, o céu consiste em saber o que nós somos, nós somos o amor infinito que Deus tem por nós.
Somos chamados na vida cotidiana. O trabalho dos apóstolos torna-se sua vocação (“serás pescador“), pescadores continuam sendo pescadores. Em um sentido geral, a vocação cristã não é sempre algo diferente do trabalho que já estamos fazendo, que já é uma vocação. A vocação se manifesta na forma como o fazemos. No modo com o qual se vive o próprio compromisso já está presente algo que fala de vida eterna, é a maneira de vivê-lo como filho e irmão. O nome que recebem os cristãos é:“segue-me”, é a relação com Ele, a mesma para todos e diferente para cada um. Cada um seguirá pelo seu caminho, mas o importante é a segui-Lo, cada um à sua maneira, de acordo com suas peculiaridades. Seguindo a Ele descubro sempre mais o meu nome e minha verdade que é amor por Ele e que me faz crescer na minha verdade,isto é, o amor que Ele tem por mim. É a proposta de tornar-se semelhante a Ele, para estar com Ele e assimilar-me a Ele.
Os Apóstolos imediatamente deixaram as suas redes, porque encontraram algo incomparável, o tesouro, a pérola. Este tesouro é saber e experimentar como Ele me vê, é o convite para ser como Ele. Não há nada aqui para deixar, na verdade, tudo a ganhar. Os apóstolos seguiram Jesus. Eles não se importavam que às vezes não o entendessem, ou mesmo entendiam exatamente o contrário (“agora é a hora …”). Em seguida, eles saíram de suas fraquezas: alguém o traiu, outros escaparam, um dos mais próximos o negou. Mas, apesar de tudo pode-se dizer que é verdade que O seguiram, porque faz parte do seguimento até mesmo as infidelidades e traições, porque nós somos assim. E Ele nos chama como nós somos. E, apesar de todas as contradições, as dúvidas e incertezas, os apóstolos tinham uma certeza: a de ter encontrado Deus.
Você também pode dizer que os Apóstolos não responderam nada no momento do chamado, porque o seguimento não é um dizer ou ter um programa claro. Eles só tiveram uma intuição divina, aquela do programa do nome, mas na verdade um único é o programa do Messias, o de nos tornar filhos de Deus. Os Apóstolos entenderão melhor somente depois, ao longo da vida, no final de Evangelho ou no fim de suas vidas.
E o fim do chamado é tornar filhos todos os homens, poderíamos dizer com Dom Orione, aquele de “restaurar todas as coisas em Cristo”.
Durante o encontro falou-se sobre as perspectivas do Movimento Juvenil Orionita e fez-se uma avaliação do encontro dos líderes do Movimento, realizada em São Paulo de 28 a 31 de maio de 2015. No final, fez-se também uma avaliação do caminho percorrido no sessênio em vista do próximo Capítulo Geral dos Filhos da Divina Providência, a ser realizado de 15 de maio a 05 de junho de 2016 em Montebello della Battaglia – Itália. Os conselheiros gerais acenaram também para a próxima Jornada Mundial da Juventude, a ser realizada em Cracóvia em 2016.
Os participantes do encontro do Secretariado também puderam visitar nesses dias o Colégio de Dom Orione em Victoria e o Pequeno Cotolengo de San Miguel, dirigido pelas irmãs orionitas. Um momento muito bonito e agradável no encontro foi a visita ao Collegio Massimo de San Miguel, a faculdade onde estudam os clérigos Orionitas, onde viveu por um tempo o Papa Bergoglio e, em seguida, também foi reitor da Universidade.
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