DOM ORIONE E A BUSCA PELA SANTIDADE

A santidade é a abertura à transcendência, que se expressa na oração e na
adoração. Todas as pessoas são chamadas à santidade, a fim de serem felizes. “Sede
santos, porque eu, Javé vosso Deus, sou santo” (Levítico 19,2).

Jesus, no Sermão da Montanha, chama os discípulos à perfeição do Pai: “Sede
perfeitos assim como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Essas palavras fazem eco
ao que Deus já tinha ordenado ao povo no deserto: “Sede santos, porque eu sou santo”
(Lv 11,44). Jesus falava da bondade do Pai, que ama não só os bons, mas também os
maus, e que “faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre
os justos e sobre os injustos” (Mt 5,45). Jesus pergunta aos discípulos: “Se amais somente
os que vos amam, que recompensa tereis?”(46). Para o Senhor, ser perfeito como o Pai
celeste é amar também os inimigos, os que não nos amam. “Amai os vossos inimigos,
fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e vos maltratam” (44). E
mais ainda: “Não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também
a outra” (39). Sem dúvida não é fácil viver essa grande exigência que Jesus nos faz, mas
é por isso mesmo que, ao cumpri-la, vamos nos tornando santos, perfeitos, assim como o
Pai celeste.

Na exortação apostólica Gaudete et Exsultate, o Papa Francisco fala que os santos
nos encorajam e nos acompanham no caminho da fé. Na Carta aos Hebreus, mencionamse
várias testemunhas que nos encorajam a «correr com perseverança à prova que nos é
proposta» (12, 1): fala-se de Abraão, Sara, Moisés, Gedeão e vários outros. São Paulo
convidava os cristãos de Roma a não pagar a ninguém o mal com o mal (cf. Rm 12, 17),
a não fazer justiça por conta própria (cf. 12, 19), nem a deixar-se vencer pelo mal, mas
vencer o mal com o bem (cf. 12, 21). Esta atitude não é sinal de fraqueza, mas da
verdadeira força, porque o próprio Deus «é paciente e grande em poder».

Cada santo é uma missão; é um projeto do Pai que visa refletir e encarnar, em um
momento da história, um aspecto do Evangelho. O santo é uma pessoa com espírito
orante, que tem necessidade de comunicar-se com Deus. São Luís Orione é um santo de
nossos tempos que encarnou na sua vida os ensinamentos de Jesus, concretizando suas
atitudes em obras de caridade, em favor dos mais pobres.

Em suas cartas ele nos dirige as palavras: Procuremos ser santos, vivos para os
outros, mortos para nós; que cada palavra nossa seja um sopro de céu aberto, onde todos
devem sentir nela a chama que inflama o nosso coração; que a luz do nosso interior seja
reflexo da presença de Deus em nós. Devemos ser santos e que a nossa santidade não
pertença só ao culto dos fiéis, nem seja somente na Igreja, mas transcenda na sociedade,
para que sejamos mais que santos da Igreja, mas santos do povo e da salvação social,
alimentar em nós uma espiritualidade mística, que chegue a todas as camadas sociais;
espíritos contemplativos e ativos: ” servos de Cristo e dos pobres”.

A santidade é viver em união com Jesus e os mistérios da sua vida; consiste em
configurar-se com Ele de uma maneira única e pessoal à sua morte e ressurreição. O
desígnio do Pai é Cristo em nós, Cristo que ama em nós, porque a santidade é a caridade
vivida plenamente.

Irmã M.Gilse Dias
Irmã M. Rufina da luz Pinheiro