12 mar DOM ORIONE: Como viveu o dia 12 de março de 1940, o dia da sua morte
Ainda uma jornada serena, de conversa com Pe. Umberto Terenzi e outros poucos visitadores, algumas cartas e a quietude da noite.
Dom Orione passou a jornada do dia 12 muito tranquilamente, segundo o costumeiro horário. Levantar às 6hs; Angelus, oração da manhã; na igreja meditação, santa Missa, agradecimento.
A Santa Missa celebrada por Dom Orione foi um pouco longa, como nos dias precedentes. Terminou por volta das 7h30. Depois, ausentando-se o clérigo Modesto, Dom Orione se colocou para servir a Missa que celebrava Pe. Terenzi. Dom Orione estava de joelhos sobre um degrau. O clérigo Modesto entrando na igreja já pela metade da Missa foi ajoelhar-se para substituir Dom Orione.
“Deixa, deixa. Eu posso servir”, murmurou.
“Não, não, eu sirvo…”
“Mas deixa, deixa”.
“Mas não, por favor, não se canse, pode ir sentar-se no banco…”.
Levantou-se, e foi para o banco, com a sua veste litúrgica, e aí permaneceu até o final da Missa.
Em seguida, o café da manhã de Dom Orione com Pe. Umberto Terenzi, que tinha chegado de Roma na noite precedente, e Pe. Enrico Barani, que tinha chegado de Tortona.
Pouco depois das 10hs chegou o Cônego Arturo Perduca de Tortona, e Paolo Pedevilla, o conhecido benfeitor de Tortona, e o clérigo argentino Ignacio Merino. Ao meio dia almoçamos. Estavam à mesa Dom Orione, Pe. Perduca, Pedevilla, Pe. Bariani e eu. Conversa agradável. Terminado o almoço todos fomos para a igreja para a visita ao Santíssimo Sacramento. Neste dia nada de repouso.
Ficamos juntos até por volta das 16hs no parlatório. Depois, Pe. Perduca, Pe. Bariani e Pedevilla se despediram de Dom Orione. Na partida, Dom Orione entrega uma carta para Pe. Sterpi: “Caro Pe. Sterpi, o Senhor esteja sempre conosco! Envio através de Pe. Bariani uma palavra que tranquilize o Sr., além do que dirá ele mesmo de pessoa. Estou bem, não senti mais nenhum distúrbio: alimento com apetite e durmo muito, nunca dormi tanto assim, tenho até vergonha. Ainda não saí de casa porque o tempo não é dos melhores; se vier um tempo melhor, irei visitar as senhoras Rousset e Daffra, e quem sabe conseguirei ir até Nossa Senhora da Costa e ao Santuário do Sagrado Coração, em Bussana”.
Dom Orione estava contente. Na jornada do dia 12 escreveu alguma carta, poucas, 4 ou 5, porque conversou muito com Pe. Terenzi. Ele foi embora por volta das 17 ou 18hs.
Ficando sozinho, terminou o Breviário fazendo pausas. Às 18hs, Santo Rosario, Angelus, etc. Por volta das 19hs, o jantar. Seguiram as orações, antes de se retirar para o quarto. Fazia pouco tempo que Dom Orione tinha se retirado quando tocou a campainha do telefone. Era o grande oficial Achille Malcovati que chamava de Roma. Levantou-se e foi até o aparelho telefônico. O amigo, sem saber da sua situação, recomendou-lhe uma pobre mulher necessitada de ser acolhida num Pequeno Cotolengo. Aceitou-a indicando que deveria ser enviada para Genova. Dom Orione disse o seu último “sim”. Era por volta das 22hs. Entrou de novo no quarto. O clérigo Modesto recorda que “Dormindo num quarto ao lado, dei-me conta que Dom Orione ainda trabalhou um pouco “. Escreve a Pe. Giuseppe Zanocchi, depois a um benfeitor: “Espero que possa retomar logo o meu modesto trabalho para a infância necessitada de fé e de uma arte que lhe dê pão, e para os nossos caros pobres…”.
“Enfim se deitou, lendo um pouco do seu São Francisco – anota Modesto – Por precaução deixei, como nos dias precedentes, a porta somente encostada, caso se sentisse mal e tivesse necessidade de ajuda. Fui até o quarto, mais uma vez antes de deitar, para certificar-me se estava tudo bem. Despedi-me, desejando-lhe um boa noite e me respondeu: « Bom repouso. Seja louvado o Senhor Jesus Cristo ».
Assim começou aquela noite”.
(Publicado originalmente em italiano no site www.donorione.org; por Don Flávio Peloso)
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