03 ago DOIS MÁRTIRES ORIONITAS: PADRE RICARDO E ASPIRANTE ANTONIO
Lembramo-nos do Padre Ricardo Gil Barcelón e o jovem Antonio Arrué Peiró hoje, dia 3 de agosto, o dia dos seus “dies natalis“, mas a memória litúrgica dos dois mártires Orionitas espanhóis passa-se a ser dia 6 de novembro, o dia em que os diocesanos espanhóis se lembram dos seus mártires do século XX.
Padre Ricardo e o jovem Antonio são nomes que se tornaram conhecidos no mundo Orionita, especialmente desde que foram reconhecidos como mártires e abençoados em Tarragona, no dia 13 de outubro de 2013. Já passaram 10 anos!
O contexto do seu martírio foi o da Guerra Civil que se tornou perseguição religiosa na Espanha, especialmente entre 1936 e 1939. A história dá-nos dados impressionantes: 13 bispos, 4.184 padres e seminaristas diocesanos, 2.365 religiosos, 283 religiosos e vários milhares de ativistas seculares em ação católica, num total de 10.000 mártires. Os motivos para matar estes mártires não eram políticos ou ideológicos, mas apenas, exclusivamente, religiosos.
“Eram homens e mulheres de todas as idades e condições – disse o Papa Francisco à beatificação – sacerdotes diocesanos, religiosos, religiosos, pais de família e mães, jovens leigos. Foram assassinados por serem cristãos, pela Fé em Cristo porque eram membros ativos da Igreja. Todos, como evidenciado pelo processo canônico, perdoaram os seus assassinos de todo coração antes de morrerem”.
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- Pe. Ricardo Gil em1935, aos 62 anos.
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- Aspirante Antonio Arrué, aos 10 anos.
A história de Riccardo e do jovem Antonio teve um selo extremo de comunhão no dia 3 de agosto de 1936, em Valência. Um testemunho do processo de beatificação relata um detalhe instigador. Confira:
“Na rua, os vizinhos que compareceram ao local opuseram-se, como em tentativas de prisão anteriores, mas desta vez sem sucesso. Algumas mulheres no apartamento tomaram coragem e protestaram:
– Este é um dos povos como nós, ajuda os pobres.
– Mas porque levarias este homem embora, se ele é um santo?
O chefe da milícia manteve todos em silêncio governando:
– Estes são os que mais procuramos!
Por sua parte, o Padre Gil sorriu levemente no meio daquela corte popular:
– Ai daqueles que se escondem. Viva Cristo Rei! “.
O jovem Antonio estava de volta para casa quando viu que milícias anarquistas-comunistas estavam a prender e a tirar o padre Gil da sua pobre casa, na Calle Zamenhoff 16. Ele abordou as milícias na tentativa de impedir a prisão. Carregaram no mesmo carro e levaram-no para a praia isolada de El Saler.
Diante do piquete de execução, Padre Ricardo Gil, convidado a renunciar à sua Fé em troca de sua vida, morreu gritando: “Viva Cristo Rei!” Vendo o padre cair sob o tiroteio, Antonio saltou ao lado dele para o apanhar. Um segurança esmagou seu crânio com um pontapé de rifle.
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- Valência, Calle Zamenhoff 16: os dois apartamentos onde viveram o padre Riccardo Gil e Antonio Arrué e abriram um albergue para os pobres.
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- Valência, El Saler: o monumento aos muitos mártires mortos aqui. Don Lorenzo Nicola e Don Amerigo Bianchi param em oração.
Dom Orione, comentando sobre a expressão de Santo Agostinho “Martyrem dixi, tu pregas-te sat”, disse: “Eu disse mártir, é isso, eu disse o suficiente. Por estas muitas centenas e milhares de crianças da Igreja são honradas, glorificadas e adoradas apenas porque acontece que eles realmente deram as suas vidas e sangue como testemunho de Cristo: Martyrem dixi, tu pregas-te sat! “. Vamos recuperar nas nossas mãos a biografia destes dois mártires Orionitas nos livros: “Tu também vais beber o meu copo”, editado em espanhol (ed. Claret) e em italiano (ed. Bronco). A leitura vai vibrar a sua história em nossa alma e despertar em nós a sequela de Jesus.
Autor: Pe. Flavio Peloso – Religioso Orionita e Postulador Geral
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