MÃOS EM MUTIRÃO

ENCONTRO NA BELA CAPELA

 

FOTO CRONICA 03 12

Todos nós conhecemos a ansiedade amável de uma espera. A espera de uma obra de arte, a espera de um filho, a edição de um livro ou a espera de um diploma. Não é diferente a espera, que se faz em mutirão e em ansiedade de uma capela, que foi tanto esperada, tanto trabalhada e tanto querida por uma comunidade inteira.

É necessário voltar ao tempo. As antigas igrejas da Europa levavam mais de duzentos anos para ficar pronta. No mundo moderno quando fazemos alguma coisa, as pessoas querem rapidez, pois todos nós sonhamos ver e deixaremos também para nossas futuras gerações.

Desta maneira, ouvimos durante muito tempo a seguinte pergunta:

– Quando ficará pronta a Capela?

Recentemente, antes da inauguração, nos reunimos para alguns detalhes importantes:

– Ficará tudo pronto?

– Uma parte sim, a principal, as outras poderão esperar um pouco mais.

– Quando vocês vão terminar as pinturas? E os vitrais?

– Estamos fazendo em todos os horários possíveis, inclusive de madrugada.

– Quem virá?

– Todos serão convidados.

– Sim, uma Capela nova é como uma criança que nasceu.

– Todos são bem vindos para visitá-la e participar da sua vida.

E assim foi. Os convites foram para todos os lugares, as pessoas estavam ansiosas para vê-la. A história da capela, começou com o Padre João Salvador. Na ocasião, ele cumpriu um ritual, que Dom Orione sempre fazia, como um gesto de confiança na Divina Providência. Ele enterrou medalhinhas de Nossa Senhora, no chão de um terreno, para conseguir fazer no local uma capela. Este, também foi um sonho do Pe. Maurício. Com a vinda do Padre Bogaz para Rio Claro, o povo começou a clamar por uma capela, onde os fiéis não tinham um templo para rezar. No seu currículo conta a construção de várias Igrejas, nos bairros e periferias de São Paulo.

O fato é que a comunidade deu as mãos e a capela começou a ser erguida. Mãos dedicadas e abençoadas, mãos em mutirão. Com poucos recursos, mas muita boa vontade, festas e promoções, as paredes foram subindo.

E se você não for um egoísta como os políticos que são tão sem caráter que votaram uma lei para que pudessem continuar roubando livremente, você poderá deixar seu nome numa página limpa da história.

Assim, quando se quer realmente uma coisa, deve-se lutar por este ideal. Um sonho comum, como dizia Brecht, é uma realidade. Por exemplo, se o povo e os políticos sonharem juntos um hospital público e todos unirem sacrifícios e esforços, um dia teremos um hospital público, como uma comunidade simples e humilde que edificou uma capela.

O fato é que a comunidade recebeu a mais nova capela de Rio Claro com uma enorme festa. Sonho tornado realidade. E o sonho do povo precisa ser levado a sério.

As pinturas foram idealizadas pelo padre Bogaz e seus auxiliares diretos o ajudavam, as meninas (Nanci, Janaina, Keyla, Nice, Bruna  e seu marido Eduardo e outras pessoas) cuidaram dos vitrais. Jefferson, o engenheiro da obra, auxiliado pelo Paulo Covre, ajudava também a terminar a obra. Todos voluntários, todos dedicados.  Sob a maestria da Silvia e do Marcos Cecato, e nas pedras e paredes o Nardo, o Zé Lavor, o Anésio Pigatti e tantos, tantos. Seus nomes estão registrados no painel e no coração de Deus.  A capela está linda, brilhando, com flores e preces de gratidão. Vieram até os familiares do Pe. Bogaz e a benfeitora Eva Brenninkmeyer, da Alemanha. 

No Jardim Conduta, a Capela São Luís Orione é um cantinho do céu, que serve para louvar a Deus e como testemunho que sonhos partilhados constroem maravilhas.

 

Pe. Antônio S. Bogaz (orionita), doutor em Filosofia, Liturgia e Sacramentos e

Teologia Sistemática – Cristologia

Prof. João H. Hansen, doutor em Literatura Portuguesa e

Ciência da Religião e Pós-doutor em antropologia