09 dez Ano Santo da Misericórdia: a Porta Santa da Igreja para entrar e para sair
Ano Santo da Misericórdia: a Porta Santa da Igreja para entrar e para sair
Às 11:10h do dia 08 de dezembro de 2015, Festa da Imaculada, Papa Francisco abriu a Porta Santa da basílica de São Pedro, ao término da celebração da Santa Missa. Deste rito já houve uma “prévia” significativa no último dia 29 de novembro, quando o Papa abria a porta de madeira da catedral de Bangui, na República Centro-Africana.
Inicia-se o Jubileu da misericórdia. O tema do Ano Santo é: “misericordiosos como o Pai” (cfr Lucas 6,36).
Na Bula “Misericordiae vultus” (11 de abril de 2015), Papa Francisco indicou que o Ano Santo da misericórdia é para viver “com estes sentimentos de gratidão pelo que a Igreja recebeu e de responsabilidade quanto à tarefa que nos espera, atravessaremos a Porta Santa com plena confiança de ser acompanhados pela força do Senhor Ressuscitado, que continua a sustentar nossa peregrinação. A Igreja sabe que a sua primeira tarefa, sobretudo num momento como o nosso, de grandes esperanças e de fortes contradições, é aquela de introduzir todos no grande mistério da misericórdia de Deus, contemplando o rosto de Cristo. A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, porque é ícone do caminho que cada homem cumpre em sua existência… peregrino que percorre uma estrada até a meta desejada”.
Na homilia da Missa de abertura do Jubileu, Papa Francisco disse: “será um Ano em que crescerá na convicção da misericórdia”.
É um Jubileu extraordinário não só porque se celebra fora do prazo estabelecido que é 25 anos, mas por tantas razões, não última aquela de ver a Porta Santa atravessada contemporaneamente por dois Papas. Ficam indeléveis as imagens do ancião Bento XVI que caminha a passos lentos, pois o aperto de mão com Francisco, o abraço; aquele trocar de olhos, aquelas palavras em baixa voz entre os dois papas que tanto amam e servem á Igreja.
Na homilia do Papa, percebi uma continuidade e quase uma identificação da abertura da Porta Santa da Igreja de São Pedro com a abertura da Igreja ao mundo contemporâneo ocorrida a partir do Concilio Vaticano II. Intencionalmente, a abertura do Ano Santo corresponde com o encerramento do Concílio Vaticano II: 08 de dezembro 1965-2015. “Hoje, passando pela Porta Santa queremos também recordar outra porta que, 50 anos atrás, os Padres do Concílio Vaticano II abriram para o mundo”.
O verbo “abrir” foi muito querido por João Paulo II. Agora Papa Francisco com este verbo recorda que o “Concílio foi um verdadeiro encontro entre a Igreja e os homens do nosso tempo. Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua Igreja a sair dos baixos que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma, para retomar com entusiasmo o caminho missionário”.
Sobre esta estrada do encontro ocorre continuar decisivamente, mediante a misericórdia e o diálogo de que foram modelos os dois Papas do Concílio, Papa João XXIII da misericórdia e Papa Paulo VI do diálogo.
Com o Jubileu, Francisco pede de “retomar com entusiasmo o caminho missionário”, de ser Igreja em saída, mediante o Evangelho e o ministério da misericórdia, promovendo a cultura do encontro.
Se João Paulo II disse de “não ter medo de abrir as portas para Cristo”, Papa Francisco pede de não ter medo de sair e de caminhar pelas estradas do mundo, com “o espírito mergulhado no Vaticano II, aquele do Samaritano, como recordou o beato Paulo VI na conclusão do Concílio. Atravessar hoje a Porta Santa nos motiva a fazer nossa a misericórdia do bom samaritano”.
A Porta Santa não é apenas para entrar na graça de Deus, mas também – e sobre tudo hoje – é para sair e testemunhar a misericórdia de Deus.
Como orionitas, vibramos de amor à Igreja e somos chamados a vivenciar o caminho atual, conforme indicado pelo Papa Francisco que tem em mãos, inspirado e seguro, o “cajado” de Pedro. Estamos envolvidos na peregrinação da Igreja em caminho: “Essa só é segura se trilhar os caminhos da Providência e somente seguindo Ela podemos estar tranquilos que apesar destes caminhos parecerem obscuros, são sempre retos” (Dom Orione).
Don Flavio Peloso
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