26 out MEMÓRIA: 43 ANOS DE BEATIFICAÇÃO DE SÃO LUÍS ORIONE
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by Eva Orionitas
No dia 26 de outubro de 1980, na Praça São Pedro, diante de uma multidão de fiéis, o Papa João Paulo II anunciava a beatificação de três servos de Deus, sendo um deles Luís Orione. Uma grande alegria percorreu o mundo inteiro unindo os corações de tantos que viram sua vida mudar na companhia de Dom Orione e sua Pequena Obra. Alguns o conheceram, outros tantos receberam a ação vigorosa de amor em suas obras. Amigos, religiosos, alunos, famílias dos alunos, empregados, moradores de lares e Pequenos Cotolengos, professores, voluntários, distantes e próximos. Todos aqueles que alguma vez tiveram contato com ele ou com sua obra receberam parte do dom de Sua Santidade.
Hoje, comemoramos 43 anos de sua beatificação, exemplo de fé, caridade, amor e dedicação para aqueles que mais precisam. Em sua Homilia, no ano de 1980, o Papa João Paulo II definiu Dom Orione como ‘o carregador de Deus’, “foi certamente uma das personalidades mais eminentes deste século pela fé cristã abertamente professada e pela caridade heroicamente vivida. Foi sacerdote de Cristo totalmente e alegremente, […] consagrando a própria vida àqueles que mais sofrem, por causa da desventura, da miséria e da maldade humana.”
Como cristão exemplar do início do século XX – o Papa continuou – “Teve a têmpera e o coração do Apóstolo Paulo, terno e sensível até às lágrimas, infatigável e corajoso até à ousadia, tenaz e dinâmico até ao heroísmo, enfrentando perigos de todo o gênero, aproximando-se de altas personalidades da política e da cultura, iluminando homens sem fé, convertendo pecadores, sempre recolhido em continua e confiante oração, às vezes acompanhada de terríveis penitências. Um ano antes da morte assim sintetizava o programa essencial da sua vida: “Sofrer, calar, orar, crucificar-me e adorar”. Admirável é Deus nos Seus santos. E Dom Orione permanece, para todos, exemplo luminoso e conforto na fé” (Palavras de João Paulo II no dia da beatificação).
É um dia de grandiosa festa para toda a Família Carismática Orionita. Temos muito orgulho em seguir os passos dele, que tanto nos ensinou sobre o amor, a caridade e a fé, acima de tudo.
Mas aquele anúncio de 1980 foi mais um passo em direção ao feito pelo próprio Sumo Pontífice 24 anos depois, em 16 de maio de 2004: que “Dom Orione é Santo!”.
Que ele continue nos abençoando em nossos passos para que continuemos seu legado e sua obra. São Luís Orione, rogai por nós! Ave Maria e Avante!
O MILAGRE DA BEATIFICAÇÃO
A história de Jorge Passamonti e do seu milagre começa silenciosamente com um mal-estar que sente no final de março de 1944; desconforto que o médico não leva nenhuma importância e que não impede Jorge de assistir algum dia às aulas. Ela tem 14 anos, frequenta o primeiro ano do ensino médio superior de orientação científica, e certamente não é daqueles que gostam demais do estudo. Com o passar dos dias, após uma aparente melhora, os sintomas tornam-se alarmantes. A febre baixa e o desconforto adiciona-se uma estranha rigidez muscular. A doença ainda não foi diagnosticada, mas quando Jorge perde o reflexo de deglutição e começa a faltar-lhe a visão, vê-se a necessidade de levá-lo para o hospital. Então a mãe, antes de sair de casa, pede que lhe administrem os últimos sacramentos. No Hospital Lodi, improvisa-se uma cama em uma sala, depósito de móveis fora de uso.
Quinta-feira Santa, 6 de abril, a doença do menino já tem nome; é meningite tuberculosa. Os médicos se sentem impotentes e primeiro deixam entender e depois declaram abertamente, com suavidade e pesar, que não há nada a fazer. Em 1944, ainda não se conhece o uso de antibióticos na Itália.
7 de abril, sexta-feira Santa, os sintomas mortais aumentam. Jorge está em coma, não consegue engolir nem uma gota de água. O melhor que sua mãe pode fazer é molhar seus lábios secos. À tarde passa o Bispo Monsenhor Colchi Novati, e as irmãs pedem uma bênção especial para aquele menino que está indo embora. O bispo vai para a cama e recita em voz alta as orações para os enfermos. “Ao anoitecer, narra a Sra. Passamonti, “Vem o diretor, Dr. Pedrimoni, me diz que o garoto não vai chegar de manhã, e me pergunta se eu tenho a roupa pronta para vestir.” “Jorge – continua a Senhora Passamonti -, estava com um saco de gelo na cabeça. Eu que não sabia a que Santo recorrer, tinha deslizado debaixo do saco um selo com a imagem de Dom Orione. Trouxe-a para casa de uma das minhas filhas, que a recebeu de uma professora.”
Dom Orione tinha falecido há quatro anos e a fama de suas virtudes cristãs estava muito viva nessa altura. Tratava-se de uma nova devoção, e pode ser que a Sra. Passamonti pensasse que um santo que recentemente está no céu tem mais milagres à disposição.
“Mas eu, continua ela, não lhe pedia a graça de salvar meu filho. Parecia pedir demais. Só lhe pedia que durasse mais algumas horas, para que seu pai, que estava fora de San Remo, poderia vê-lo ainda vivo.
No ano anterior, quando outro menino faleceu, o pai dele não tinha chegado a tempo de cumprimentá-lo. E agora este ia desaparecer….. Dizia a Dom Orione: “O que são para você algumas horas? Você tem toda a eternidade à sua disposição. Diga ao Senhor para manter Jorge vivo até de manhã, quando o trem chegar com seu pai”.
“Seria duas da manhã – acrescenta a Sra. Passamonti – quando Jorge de repente se sentou na cama, e ele, que há dias não falava, me diz: `Mãe, mamãe, que luz, que luz! `. Ao que eu, por minha vez, respondo: Mas onde está a luz, Jorge? Será a luz do Senhor que vem te levar. Fique tranquilo. Reze pelo seu pai. Feliz por você, que vai para o céu.
Eu também não percebi o que ele estava dizendo, porque estava convencida de que Jorge estava realmente indo embora. Pelo contrário, eu acertei, ele me diz: “Sabe, mãe, eu não morro mais”. Encosta-se no meu braço e fica com o olhar fixo em um canto da peça. Depois acrescente: “Agora, dorme você também”.
Imagine se eu estava então com vontade de dormir. Mas ele insistiu para que eu dormisse. Então, para agradá-lo, embrulhei-me num cobertor e fingi que estava adormecida sentada numa cadeira. Mas ele não se deixava enganar, talvez porque eu sentia que tinha os olhos abertos. “Eu te disse para dormir, não finja”. Depois aconteceu que eu teria acreditado no impossível. Adormeci de verdade, e quando acordei já era amanhecer, e Jorge estava estendido com uma calma que me pareceria a da morte. E eu pensava dentro de mim: “que mãe eu sou! Dormir enquanto um filho morre! Perdoe-me Jorge, eu não queria.”
Depois pensei que devia começar a limpar a peça e fui buscar uma vassoura. De volta, encontrei Jorge sentado na cama, comendo um pão com uma xícara de leite, e sem me dar tempo para falar, ele me diz:
“Mãe, não há mais pão? Este acabou. Estou com muita fome, me sinto completamente vazio. ” Corri então lá fora chamar a irmã: Irmã, venha que meu filho está comendo.
A religiosa achava que eu estava delirando por causa da grande dor. Acontece. Mas quando ela entrou na sala e viu ela também que Jorge molhava o pão no leite, ela se encostou na porta como se estivesse desmaiando. Não se mexa, vou chamar o médico.
O que podia o médico fazer? Vir, verificar que a febre de 42 tinha baixado para 36, que os sintomas da meningite tinham desaparecido, para dizer mais tarde: “Senhora, não tenha ilusões; talvez seja uma melhoria transitória”.
“Mas que melhora transitória!” Exclama a Sra. Passamonti. À tarde, a notícia da cura já se espalhou pela cidade, e no dia seguinte a casa de Jorge estava cheia de gente, colegas de escola e respectivas mães que lhe traziam biscoitos, doces e mel. E ele comia de tudo, com grande desgosto do médico, que dizia: “Que gente sem cabeça! Querem trazê-lo de volta ao estado de morte. Jorge insistiu para deixar o hospital o mais rápido possível e voltar para a aula.
Com o tempo, o estrabismo também desapareceu e nenhuma das sequelas mais temidas apareceu. Além disso, Jorge não só não perdeu o ano, como foi promovido com honra podendo continuar os estudos até se formar em engenheiro. Nos anos seguintes o seu caso foi examinado várias vezes por teólogos e médicos; um relatório clínico de 150 páginas foi redigido; as testemunhas foram interrogadas e as deposições e os dados foram confrontados. A cura era repentina e perfeita, como exigido por um milagre. Quando mais tarde a causa da beatificação passou para Roma, este foi o caso escolhido e estudado pelos juízes.
Fonte: donorione.org
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