82º Dies Natalis de nosso Pai Fundador: O caos será vencido pela caridade!

82º Dies Natalis de nosso Pai Fundador: O caos será vencido pela caridade!

Roma, 12 de março de 2022
Prot. TV/22.18

Caríssimos
Irmãos e membros da Família Orionita,

A comemoração do 82º aniversário do “Dies natalis” de nosso Pai Fundador, neste 12 de março, é celebrada invocando, com suas palavras, o dom da paz: “Invoquemos Maria para obter a paz e que Nossa Senhora pressione não tanto sobre o coração de Deus, quanto sobre o coração dos homens”.

Infelizmente, como disse o Santo Padre no Ângelus, “correm rios de sangue e de lágrimas na Ucrânia”, o que demonstra a dificuldade e a insensibilidade “dos homens” para pôr fim a esta guerra que “semeia morte, destruição e miséria”. De fato, “o número de vítimas está aumentando, assim como as pessoas que fogem, especialmente mães e crianças. A necessidade de assistência humanitária naquele país está crescendo dramaticamente a cada hora”. Devemos intensificar nossa oração, não deixar diminuir o vigor de nossa fraternidade e, com o Santo Padre, gritar: “A guerra é uma loucura! Parem, por favor!”

Organizamos a preparação para o Capítulo Geral em nome da caridade para os novos tempos: Lancemo-nos no fogo dos tempos novos! A Providência nos deu, imediatamente, a oportunidade de vivenciar, na prática, o que pregamos com palavras. Refiro-me ao fato de que a emergência ucraniana está recebendo uma resposta generosa e impressionante de todos. Quero destacar, especialmente, o trabalho heroico que nossos Confrades e Irmãs, que permaneceram no local da guerra, estão realizando. Agrada-me pensar que Dom Orione teria se apressado em socorrer aquelas populações, como fez por ocasião dos dois terremotos: Pe. Egídio Montanari, Pe. Moreno Cattelan (que faz aniversário exatamente nesta data!) e Cl. Mykhailo Kostiv tornaram-se suas mãos, hoje.

E, depois deles, toda a Congregação se pôs em movimento. A primeira acolhida na Polônia e na Romênia, a solidariedade e a acolhida das várias casas da Itália e dos benfeitores, são apenas as respostas mais evidentes de um grande movimento de fraternidade. De fato, “As casas não são nossas, mas de Jesus Cristo: a caridade de Jesus Cristo não exclui as pessoas e não fecha as portas; à porta do Pequeno Cotolengo não se pergunta aos que vêm, de onde vêm, se têm uma fé ou se têm um nome, mas somente se têm uma dor! Somos todos filhos de Deus, todos irmãos” (Scritti 114, 285).

Esta resposta de caridade nos ajuda a superar o espírito de angústia e desolação que as notícias diárias, comunicadas pelos meios de informação, poderiam despertar em nós. O próprio Dom Orione nos convida a ter um espírito criativo e positivo. De fato, ele disse: “Que uma nova humanidade cresça em nós e em nossas humildes Casas! Acabemos com o egoísmo e cresçamos no amor de Deus e dos irmãos: que Deus cresça tanto em nós que seja Ele quem vive e não mais nós, e enchamos a terra com um novo exército: um exército de vítimas que vencem a força: um exército de semeadores de Deus, que semeiam a própria vida, para semear e arar no coração dos irmãos e do povo, Jesus, o Senhor: formemos um grande exército invencível: o exército da caridade, liderado por Cristo, Nossa Senhora, o Papa e os Bispos! O exército da caridade retornará entre as massas humanas dilaceradas, uma vida e luz de Deus tão forte e tão suave que o mundo inteiro se beneficiará, e tudo será reconduzido a Cristo, como já disse São Paulo. E a tempestade, que agora é tão assustadora, será dissipada, e o caos atual será vencido, porque o espírito de caridade vence tudo, e, acima das nuvens amassadas pelas mãos dos homens, a mão de Deus aparecerá, e Cristo recuperará todo o seu esplendor e seu doce reino” (Scritti 115, 127).

Um afetuoso obrigado a todos os que abriram as portas de suas casas aos refugiados que chegam do Leste. A cada dia a lista de pessoas acolhidas aumenta, sinal da grande generosidade que nos caracteriza nestes dias. O mal se vence com o bem: Fazer o bem sempre! A vingança só moveria o eixo, mas sempre permanece como mal e então não é Deus quem vence. Só a caridade salvará o mundo e trará ordem ao caos! Como esquecer o testemunho do Barão Von Hugel quando descreve a experiência de sua filha que viu Dom Orione trabalhando durante o terremoto de Mársica: “Ele carregava duas crianças, uma em cada braço, e por onde passava, era portador de ordem, esperança e fé em meio a toda aquela turbulência e desespero. Minha filha me disse que isso fazia com que todos sentissem que o Amor estava bem no fundo de todas as coisas, um Amor que justamente ali, naquele lugar, se manifestava através do completo dom afetuoso de si mesmo, daquele humilde sacerdote.”

Nas tantas notícias que recebo, vejo Dom Orione em ação em muitos religiosos e leigos. Mas mesmo para aqueles que não podem atuar diretamente em campo, há amplo espaço para contribuir para o crescimento do Amor. Que cada um de nós se pergunte: eu, filho/a de Dom Orione, o que posso fazer hoje para manifestar este Amor? O Senhor, depois, agirá para transformar a minha ação em graça para as populações afetadas.

Coragem, irmãos! De mangas arregaçadas, estejamos na vanguarda da resposta a todas as formas de pobreza com sinais concretos e, assim, dar resposta aos desafios que este novo mundo nos lança todos os dias. Lembremo-nos que Dom Orione foi apreciado porque “naquele tumulto e desespero”, “ele era portador de ordem, de esperança e de fé”. Ao celebrar a sua festa, procuremos imitá-lo na santidade e na caridade.

Fraternalmente,
P. Tarcísio G. Vieira

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