19 abr Frei Estêvão: consagrado para sempre como Eremita da Divina Providência
“E eles, deixando tudo, o seguiram” (Mt 4,22)
Este foi o tema escolhido pelo Frei Estêvão para marcar um momento decisivo de sua vida: a profissão solene dos votos de castidade, pobreza, obediência e de especial fidelidade ao Papa.
A cerimônia ocorreu dentro da celebração da Santa Missa presidida pelo Bispo da Diocese de Valença, Dom Nelson Francelino Ferreira, no dia 11 de abril de 2021, na Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, localizada em Barão de Juparanã – distrito de Valença – no interior do estado do Rio de Janeiro.
Ivaldo Baltazar dos Santos nasceu no dia 25 de abril de 1961 em Rosário-MA. Levou uma vida de grande engajamento nas ações sociais da igreja, especialmente com a Pastoral de Rua, em Belém-PA (para onde sua família se mudou). Ele conheceu a Congregação Orionita através de Pesquisas no Internet e no Orkut (uma antiga rede social), enquanto pesquisava sobre a vida eremítica.
Com as bênçãos de Nossa Senhora de Nazaré – a quem recorreu – ingressou no seminário menor da cidade de Ananindeua-PA, em 2011. No ano de 2012, realizou a primeira etapa de seu noviciado, em Brasília, e, no ano seguinte, mudou-se para o Eremitério Frei Ave-Maria em Valença-RJ, onde realizou um segundo ano de noviciado, como prevêem os Estatutos dos Eremitas. No ano de 2014, realizou a sua Primeira Profissão Religiosa, como Eremita da Divina Providência e escolheu adotar o nome de Estêvão. Essa mudança de nome na vida monástica, representa a mudança de vida e uma adesão total à pessoa de Jesus Cristo, que “faz novas todas as coisas” (Ap 21,5).
Agora, após sete anos de sua primeira profissão religiosa, ele se prostra diante de Deus e da Igreja, para entregar total e definitivamente a sua vida Àquele que o chamou.
Durante a homilia, Dom Nelson frisou que os modelos das primeiras comunidades, apresentados na liturgia, têm muito a dizer, nos dias de hoje, à comunidade orionita “formada por pessoas diversas, plurais, mas que vivem a mesma fé, num só coração, numa só alma, num só carisma”. Sendo “uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha, de dom e que, desta forma, testemunha Jesus ressuscitado”.
O Bispo ainda destacou que “no Evangelho, sobressai a ideia de que Jesus, vivo e ressuscitado, é o centro da comunidade cristã. É só em torno dele que a comunidade pode se estruturar e é dele que a comunidade recebe a vida que a anima e lhe permite enfrentar as dificuldades e perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade, no seu amor, testemunho e profecia, que os homens encontram as provas concretas de que Jesus ressuscitou e está vivo”.
Ele ainda denunciou o subjetivismo, muitas vezes presente nas comunidades religiosas, mostrando a atitude de Tomé, que em um primeiro momento, está distante da comunidade, como algo que deve ser rechaçado. Mostrou, por outro lado, que Tomé rompe com tal atitude, entrando em comunhão com a comunidade e experimentando com ela o Cristo Ressuscitado que “está presente na vida comunitária, oferecendo a sua paz e apontando o caminho da vida definitiva”. Assim sendo, destacou que “a comunidade religiosa tem que ser o lugar onde realizamos verdadeiramente o encontro com o ressuscitado e a profissão de fé”. Que ela “é o lugar onde a gente percebe a necessidade de mudar o critério fundamental, rechaçando o individualismo, o subjetivismo e abraçando o coletivismo comunitário onde Deus se faz presente no ressuscitado”.
Por fim, chamou a atenção para o fato de que é neste cenário litúrgico, que apresenta a comunidade como sacramento do ressuscitado, que “Frei Estêvão fará a sua profissão religiosa perpétua, assumindo o mestre ressuscitado no seu jeito de ser casto, pobre e obediente”. O Bispo lembrou com gratidão dos pais do Frei Estêvão, já falecidos e finalizou a sua reflexão desejando ao candidato à profissão perpétua que “encontre na dinâmica comunitária o estímulo e apoio para se deixar consumir na obra da Providência”, sendo capaz de “se fazer pequeno para ser gerado no projeto de Deus como um homem grande”.
Durante o rito de profissão, todos os que estavam presentes acompanhavam atentamente e com muita emoção. Para muitos, foi impossível conter as lágrimas quando o Pe. Josumar, também muito emocionado, entregou ao Frei Estêvão as insígnias da Congregação e a cruz “sinal de ressurreição e de vida”, proferindo as palavras da oração: “de hoje em diante, terás tudo em comum conosco, porque confirmaste tua integração em nossa família religiosa orionita”.
Que a profissão perpétua do Frei Estêvão sirva de motivação para os jovens que se sentem chamados a seguir a Jesus Cristo de maneira radical, abraçando também a vida religiosa eremítica na Pequena Obra da Divina Providência.
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