08 fev BRASIL NORTE: A CARIDADE ORIONITA DIANTE DA TRAGÉDIA CAUSADA PELAS CHUVAS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Família orionita da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes na Grande Vitória (ES) empenhada na colaboração solidária às vítimas das enchentes no estado.
No dia 17 de janeiro uma forte chuva atingiu de maneira mais intensa as cidades de Iconha, Alfredo Chaves, Vargem Alta e Cachoeiro do Itapemirim, no sul do estado do Espírito Santo. Nas primeiras horas o desespero tomou conta da população que procurava familiares isolados e até mesmo desaparecidos. O Padre Geraldo Magela, orionita e pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, deu início a um plano de ação para colaborar de maneira rápida e eficaz. Os fatos são narrados por ele:
Iniciei junto como os paroquianos um plano de ação para auxiliar as vítimas desta catástrofe, o MLO e o grupo de ação social de nossa paróquia se encarregou de realizar os levantamentos da situação e articular com as comunidades paroquiais para que pudéssemos agir com precisão e dentro de um curto prazo.
No dia seguinte eu e Pe. George e dois leigos partimos para a cidade de Iconha, os acessos a cidade em sua maioria estavam bloqueados, ruas com montanhas de lixo, móveis, carros, era um cenário de total destruição.
O nosso primeiro destino foi a paróquia Santo Antônio que fica na parte alta da cidade, lá encontramos o pároco e o vigário empenhados na mesma missão, toda a estrutura paroquial foi destinada para ser o centro de alimentação das famílias e equipes de trabalho. Lá fizemos alguns levantamentos da situação e já atualizamos os nossos paroquianos assim como os padres da nossa área pastoral.
Seguimos para o centro de triagem e distribuição aonde em todo momento chegava muitas doações! Quanta solidariedade! Uma verdadeira corrente do bem estava formada, nós não ficamos parados, descarregamos carros, despachamos, triamos, fizemos tudo o que era possível. Notei que outras Igrejas estavam presentes e uma cena me chamou a atenção, o empenho dos irmãos de outras igrejas, assim os donativos passavam de mãos em mãos. Não tínhamos tempo de lamentar! Era preciso trabalhar e ter no coração o desejo de reconstruir.
Naquele momento recordei o nosso pai fundador no terremoto de Messina e Marsica e ao mesmo tempo o compromisso assumido por nós na última assembleia provincial. “A presença da Congregação em momentos de crises e emergências da sociedade, marca positivamente e fortalece a nossa identidade carismática, basta-nos recordar a presença do fundador nos terremotos de Messina e Mársica”[1] também os constantes apelos do Papa Francisco por uma Igreja em saída.
Desta forma levamos um pouco da nossa mão caridosa aos irmãos que sofriam o fragelo das chuvas, ali entendemos a frase que Dom João Batista[2] pronunciou na ocasião das enchentes de 1979 “ Só o povo salva o povo” recordei-me de uma frase de uma canção que apresentei ao saudoso Dom Enemésio no início da minha caminhada “A caridade toca puros e duros corações”.
[1] Documento final da assembleia provincial de avaliação. 4. Rumo às periferias existenciais do mundo Tópico 4 ítem 4c
[2] Dom joão Batista da Mota e Albuquerque foi arcebispo da arquidiocese de Vitória do Espírito Santo de 1958 a 1984.
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