A oração enquanto Diálogo

A ORAÇÃO ENQUANTO DIÁLOGO

 

    Há um adjetivo que na Igreja Oriental é muito usado para a Pessoa de Jesus, Jesus é chamado de AMIGO.

Não há algo melhor do que um bom amigo; e Jesus não é qualquer amigo, mas é o próprio Deus que se fez Homem e veio habitar em meio a nós.

     Vivendo conosco e experimentando "tudo" em relação à nossa humanidade de menos no pecado. Quer melhor AMIGO do que este?

    Por isto, é que a oração é um diálogo de amizade, um ato filial. Não dá para nos relacionarmos com intensidade sem usarmos do diálogo para tal fim e o mesmo acontece em revelação a Deus.

    Deus é uma Pessoa e VIVE, é real. Portanto nosso relacionamento com Ele deve ser primeiramente pessoal, vivo e real. Ao que concerne à Pessoa de Deus, Ele tem mais sede de nós do que nós Dele. Deus tem sede de se relacionar conosco.

    O nosso relacionamento deve ser um relacionamento de diálogo diário, sincero, verdadeiro, amoroso, amigável e filial. Devemos experimentar em nosso relacionamento com Deus de sermos protegidos e amados por Ele ao ponto de sermos chamados a um diálogo filial e amigável.

    Jesus nos ensinou este modo de relacionar – se com o Pai.

    Quando os discípulos disseram a Jesus: "Mestre nos ensine a orar",  Jesus disse aos discípulos: "Orem assim: "Pai nosso que está no Céu". Chamar a Deus de "Pai nosso" é algo tão profundo que um dia São Francisco e Frei Leão estavam indo para uma cidadezinha vizinha de Assis e Frei Leão passaria por um caminho e São Francisco por outro, mas Frei Leão disse a São Francisco: "Pai Francisco, vejamos quem reza mais Pai nossos pelo caminho?". São Francisco aceitou e estes foram pelo caminho. Quando chegaram à cidadezinha  Frei Leão indagou a São Francisco: "Pai Francisco quantos Pai Nossos o senhor rezou?" Para espanto de Frei Leão que revelara que havia rezado uns duzendo e quarenta e três, ouviu da boca de São Francisco que lhe disse: "Me perdoe Irmão Leão, mas eu não consegui rezar nenhum". Frei Leão permaneceu perplexo e São Francisco continuou: "Quando comecei a dizer 'Pai nosso', meu ser foi inundado da presença de Deus e então comecei a mergulhar em sua presença amorosa e Paterna. Comecei a mergulhar meu pensamento em Deus e meu pensamento também foi inundado da presença de Deus e então comecei a pensar, Pai nosso, Pai de meu Pai, Pai de meus confrades, Pai de minha mãe e meu pai. Foi aí que não mais consegui senão mergulhar na sua Presença,  e experimentar sua amorosa Presença Paterna em mim.  “Perdoe-me Irmão Leão”. Neste momento São Francisco percebeu que Frei Leão estava num choro compulsivo, e este então, disse: "Por que está chorando Irmão Leão?" Frei Leão respondeu: "Pai Francisco, me perdoe!"

    Aqui percebemos que a oração enquanto diálogo, nos levar  da meditação à contemplação e esta nos leva a união do nosso "eu" com o "Tu" de Deus.    União esta que é amorosa e filial. Busquemos a oração enquanto diálogo com Aquele que é nosso Pai e mergulhemos na presença de Deus nosso Pai.

    Dialoguemos a cada dia com Cristo e Ele nos levará ao Pai.

Frei Cruz da Divina Providência