Irmã Maria deFátima: escolhida por Deus desde a infância
Nem todos sabemos, mas a história vocacional de uma pessoa consagrada as vezes esconde provas incontestáveis do amor de Deus por cada um de nós. E quando olhamos para a vida da Irmã Maria de Fátima, isso se confirma mais uma vez, e de uma forma muito bonita.
Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que tipo de freira é a irmã Maria de Fátima: é uma sacramentina, isto é, ela é cega. As irmãs Sacramentinas são uma congregação de freiras cegas, fundadas por São Luís Orione, o santo da caridade.
Irmã Maria de Fátima é do interior do Mato Grosso do Sul. Sua família, muito pobre, vivia em um sítio muito distante da cidade. Eram 8 filhos, e todos ajudavam na lavoura. Irmã Maria de Fátima, quando criança, enxergava um pouco, mas com dificuldade. Sua mãe, guerreira e querendo o melhor pra filha, a ensinou a fazer tudo, a não ser dependente de ninguém. Por isso, a pequena Maria de Fátima ajudava nos afazeres domésticos, limpava a casa, lavava roupa, louça e o que mais fosse possível.
A família, muito religiosa, não tinha condições de ir à igreja. Por isso, o único meio de ter contato com a igreja era ouvir a missa pelo rádio. E essa era a grande paixão da pequena Maria de Fátima. Quando seu pai ia uma vez por mês com o caminhão que vinha buscar bananas até a cidade, o único pedido da filha era que ele trouxesse mais pilhas… assim poderia ouvir diariamente a missa. Deus já tocava em seu coração, que ardia de desejo pelo sagrado e seus mistérios.
A menina cresceu, os desafios vieram e a família mudou para a cidade em busca do tratamento da filha que a cada dia enxergava menos. O desejo de seconsagrar, porém, só aumentava. Mas como, se geralmente não se aceitam moças cegas para serem freiras? Foi aí que uma das irmãs de Maria de Fátima descobriu as sacramentinas. E daí, foi só questão de tempo para que a pequena menina que só desejava duas pilhas para ouvir a missa no interior do Mato Grosso do Sul pudesse enfim se entregar totalmente ao Senhor.
Hoje, irmã Maria de Fátima passa a maior parte do seu dia em adoração ao Santíssimo Sacramento, rotina diária há mais de 20 anos. Sua missão? Rezar pelo mundo no escondimento e no silêncio. Que bela missão de amor… que bela vocação!