27 dez Mensagem de Natal do Superior Geral, Dom Flávio Peloso
QUEM AMA DEUS SE ALEGRA SEMPRE
Como todos os anos, a festa do Natal conta o tempo que passa, os 2014 anos depois de Cristo e o nosso acúmulo de anos.
O tempo é muito lento para quem espera, muito rápido para quem tem medo, muito longo para quem sofre, muito breve para quem se alegra. O tempo é pleno para quem é amado e ama.
Jesus, nascido em uma noite de inverno, em Belém, “preencheu” de si o tempo. “Quando veio a plenitude dos tempos – escreve São Paulo – Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher” (Gal 4,4).
“A plenitude dos tempos” é Jesus. A nossa vida não é um jarro vazio, como aquele da Samaritana, para encher repetidamente no poço da vida, sempre muito limitado, mas temos uma fonte de água viva jorrando, inexaurível: o Espírito de Deus. “Se você conhecesse o dom!”.
Dom Orione conheceu o dom de Deus e quis fazer experimentar a todos com a urgência do amor que lhe movia o coração, as palavras, as mãos.
“Quem ama Deus, se alegra sempre: a dor não se diferencia mais da alegria e a vida se converte toda em alegria, e é um paraíso.
Oh! Quanto é bela a vida de quem ama Deus! A alegria serena da alma é a união com o seu Deus.
O coração do homem, se não está satisfeito, não está contente. Pode o mundo preencher o coração do homem? É preciso mais do que o mundo para agradar o homem! É preciso algo mais, portanto, um bem que não seja terreno: É preciso Deus! Só Deus basta. Quem ama a Deus, vive de Deus, e se alegra sempre! ” (Dom Orione).
Um dia, em 1936, Dom Orione se apresentou na Casa Rosada de Buenos Aires para encontar Pedro Augustin Justo, Presidente da República Argentina. Foi recebido pelo encarregado que rapidamente o reconhece com emoção e o acompanha até a sala de espera.
– Sente-se Dom Orione, vou anunciar a sua presença.
Aconteceu porém que, o recepcionista se esqueceu completamente dele. Lembrando-se depois de um par de horas abundantes, chegou mortificado na sala de espera.
– Desculpe-me, Padre, eu lhe deixei sozinho, aqui, a esperar.
– Eu nunca fico sozinho – respondeu Dom Orione com um sorriso.
– Eu lhe fiz perder tanto tempo precioso.
– Eu nunca perco tempo – acrescentou com tom amável levantando um pouco o terço que tinha nas mãos.
Estes são os efeitos da presença de Deus. Dom Orione era um homem “contente” (derivado de conter) porque “continha” Deus em si, como “uma fonte de água que jorra para a vida eterna”.
Desejo a todos os meus confrades e co-irmãs consagrados que sejam contentes por viverem de Deus “sumo nem e nossa eterna felicidade” no estado de vida escolhido por Jesus, através dos votos de pobreza, castidade e obediência.
Caros leigos e leigas orionitas, sobretudo vocês que estão no caminho do Movimento Laical, saibam que lhes consideramos “como irmãos e irmãs” e “como apóstolos e apóstolas”. Sejam “contentes” de Deus, “caminhem para a presença de Deus sempre e vivam de Deus”, animados pelo mesmo carisma.
Desejo que sejam “contentes” para tantas crianças, adolescentes e jovens presentes nas atividades educativas da Congregação; às pessoas com necessidades especiais, aos doentes e aos idosos; às pessoas que frequentam as nossas paróquias: não se contentem somente com os serviços que recebem junto às nossas obras, mas procurem e peçam “com o pão do corpo, o divino bálsamo da fé”.
“Quem dá ao pobre dá a Deus e de Deus receberá a sua recompensa”, repetia Dom Orione. A recompensa de Deus, caros benfeitores e amigos da Pequena Obra da Divina Providência, é Deus mesmo, a sua graça, a sua amizade que lhes fazem “contentes” nesta vida e no paraíso.
A todos, em nome de Dom Orione, e na oração juntamente aos confrades do Conselho Geral, faço votos que sejam “contentes” de Deus, de contê-lo dentro da alma, porque “quem ama se alegra sempre”.
Feliz Natal e próspero Ano Novo de 2015
Padre Flavio Peloso
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